Portugal continua debaixo de palas… para variar pouco.
Este sincero contributo destina-se a comentar um pouco a visão que se retirou do Centenário da República, bem como outras situações que ocorreram entretanto. Patriota e republicano, afirmei e afirmo que não comemoro em especial a República na data marcada, mas sim diariamente – é uma coisa que não pode restringir-se a uma data. Já o próprio 25 de Abril, comemoro-o diariamente, apesar de se encontrar suicidado. Não deixo, contudo, de comemorar estas datas com maior ênfase nos próprios dias.
Quanto ao Centenário da República, devo expressar a minha total indignação por diversos meios de comunicação social terem centrado as suas notícias quanto às opiniões dos monárquicos e do próprio Duarte Pio. Não é que mereçam o silêncio, mas não merecem, principalmente nesta data, que se dê tamanha importância. Mas concordaria, por exemplo, num relato do que aconteceu nas datas que marcaram o caminho para a República – a primeira tentativa de 1891, o Ultimatum inglês, o regicídio, a própria Implantação da República, e aquilo que mais marcou realmente a República, como o primeiro voto feminino. Em simultâneo, quantos desconhecem como se processou realmente a Implantação da República… é lamentável que ninguém (ou quase) saiba quem foi, de facto, o Almirante Cândido dos Reis e a história por detrás deste republicano – a título de exemplo. Ainda mais constrangedor é verificar-se a adesão de algumas mulheres aos pensamentos monárquicos (veja-se uma das notícias que saiu no Diário de Notícias), quando era precisamente nessa altura (e não só) que eram pior tratadas enquanto ser humano. Elas lá saberão… a menos que pretendam ser rainhas ou princesas, pergunto-me qual seria o gosto.
O que é ainda mais revoltante é a discriminação da esquerda enquanto força política. Senão repare-se: na I República, já existia um partido de esquerda que nunca foi eleito (nas dezenas de Governos que houve, não houve um único de esquerda – mas houve de direita e de extrema-direita); na II República a esquerda foi perseguida, torturada, assassinada, censurada, e mais “-adas” que não cabe aqui dizer; nesta, que é a III República, a esquerda é discriminada e silenciada desde Novembro de 1975. Mas se não fosse a esquerda (latu sensu), não havia República, não havia Democracia, não teríamos saído das garras da Ditadura. Ou seja: que grande contradição! Um povo de esquerda que discrimina a esquerda enquanto força política?! Não é para admirar, ficar espantado, mas sim para chorar e enfurecer quem não se revê nesta incongruência do povo português. Um povo que sempre lutou, que sempre defendeu o desenvolvimento, que sempre foi (mas começa a não ser) patriota – basta ver-se: os Descobrimentos, as revoluções que houve na História, as grandes batalhas travadas, a não-aceitação da governação espanhola, são exemplos do povo revolucionário que somos… o próprio hino nacional é revolucionário! – e no entanto continua-se a apoiar o neo-liberalismo, o reaccionário, a estagnação, a corrupção, o crime, o populismo, o capitalismo… se isto os deixa confusos, acreditem que isto ainda é só a ponta do iceberg… porque há mais, muito mais. Mas para isso, é necessária uma enorme disponibilidade dos caros leitores para lerem ou ouvirem aquilo que seria o relatar do verdadeiro patriotismo, e não do pseudo-patriotismo defendido no Estado Novo e nos dias de hoje.
Sou republicano, não por ter nascido e por viver neste regime – que já é pseudo-republicano. Mas sim porque defendo o tratamento por igual do ser humano, porque defendo a Liberdade, Igualdade e Fraternidade (curioso que os franceses já não o defendam…), porque defendo o pluralismo, porque defendo a verdadeira Justiça… e além disso, acresce o meu lado defensor do verdadeiro Socialismo. Porque ser-se republicano e anti-socialismo é ter-se uma mente muito perturbada e extremamente confusa, e é essa a mente que os portugueses têm demonstrado possuir.
Passando a temas mais recentes, veja-se o enfoque dos meios de comunicação social à “guerra” entre José Sócrates e Passos Coelho (entre aspas porque não passa de um claro e vergonhoso show-off) sobre o novo “pacote” de medidas de austeridade. Porque será que as demais opiniões não merecem o mesmo destaque? Porque será que a Esquerda continua silenciada e discriminada? Enfim, porque será que os portugueses continuam a permitir que façam deles os burros que já são, a permitir que lhes mantenham as palas para não se desviarem dos caminhos que os populistas e neo-liberalistas pretendem que continuem a seguir (para proveito próprio e nada mais), a permitir que sejam arruinados e condenados à miséria (ou até mesmo à morte)? A resposta é complexa, mas pode-se resumir a uma palavra principal e a três acessórias da principal: inconsciência, falta de Cultura. E são estas quatro palavras, que resumem o estado actual do país, que intitulam este sincero contributo: o povo português aprova (através do voto nos partidos de direita, e da abstenção) que Portugal seja entregue aos chacais. Não sei que haverá, ainda, a salvar do que tínhamos: a República, Abril, Portugal, Povo português… suicidados enquanto permitirem sê-lo!
Os meios de comunicação social estão descaradamente ao serviço do grande capital, dos imperialistas, dos capitalistas, dos neo-liberais e populistas, dos senhores feudais, em suma: da direita PS, PSD e CDS-PP (e ainda a propósito do Centenário da República, adiciono à lista o PPM). E o povo não contraria tal. Daí que a Constituição mereça uma alteração: de modo a torná-la mais imperativa, de modo a fazer-se cumprir, de modo a que estes crimes sejam controlados com maior vigor – Portugal não precisa de Constituições adaptadas ao neo-liberalismo, mas sim de Constituições Abrilistas que se façam cumprir custe o que custar! E esse cumprimento começa na Cidadania – os cidadãos portugueses têm o dever de cumprir e fazer cumprir a Constituição Portuguesa, e não apenas o Tribunal Constitucional e os políticos.
Dia 24 de Novembro haverá uma nova jornada de luta – histórica, pois finalmente a UGT irá, a priori, juntar-se à CGTP-IN, pela segunda vez na História. Vejamos o resultado – espero que seja bem melhor que o apresentado já nas lutas de 29 de Maio, 08 de Julho e 29 de Setembro, e volto a saudar todos os que participaram nestas lutas pois fizeram, para já, o que Portugal inteiro devia fazer sempre: não permitir que os ricos fiquem mais ricos, que os pobres sejam mortos para os ricos não pagarem, não permitir que apenas os criminosos nos governem. Nas eleições presidenciais de 2011, também vou querer ver o resultado… espero que seja bem melhor do que aquele que prevejo.
Portugal precisa de uma reforma agrária, em defesa da produção nacional (a única coisa capaz de nos salvar), e não de ser sugado por vampiros reaccionários. Portugal precisa de uma política patriota, e não imperialista e capitalista. Portugal precisa de uma política de esquerda, e não populista e neo-liberalista. Enfim, Portugal tem que acordar!
Portugueses, quando estiverem preparados: cresçam e apareçam! Basta de PS, PSD e CDS-PP! Basta de abstenções! Levantai-vos, uni-vos e lutem! Mesmo que não seja pelo vosso país, lutem por vós e pelos vossos descendentes – que eles não pediram para vir a um país de que ninguém gosta no estado em que se encontra. Cresçam e apareçam!
Este sincero contributo destina-se a comentar um pouco a visão que se retirou do Centenário da República, bem como outras situações que ocorreram entretanto. Patriota e republicano, afirmei e afirmo que não comemoro em especial a República na data marcada, mas sim diariamente – é uma coisa que não pode restringir-se a uma data. Já o próprio 25 de Abril, comemoro-o diariamente, apesar de se encontrar suicidado. Não deixo, contudo, de comemorar estas datas com maior ênfase nos próprios dias.
Quanto ao Centenário da República, devo expressar a minha total indignação por diversos meios de comunicação social terem centrado as suas notícias quanto às opiniões dos monárquicos e do próprio Duarte Pio. Não é que mereçam o silêncio, mas não merecem, principalmente nesta data, que se dê tamanha importância. Mas concordaria, por exemplo, num relato do que aconteceu nas datas que marcaram o caminho para a República – a primeira tentativa de 1891, o Ultimatum inglês, o regicídio, a própria Implantação da República, e aquilo que mais marcou realmente a República, como o primeiro voto feminino. Em simultâneo, quantos desconhecem como se processou realmente a Implantação da República… é lamentável que ninguém (ou quase) saiba quem foi, de facto, o Almirante Cândido dos Reis e a história por detrás deste republicano – a título de exemplo. Ainda mais constrangedor é verificar-se a adesão de algumas mulheres aos pensamentos monárquicos (veja-se uma das notícias que saiu no Diário de Notícias), quando era precisamente nessa altura (e não só) que eram pior tratadas enquanto ser humano. Elas lá saberão… a menos que pretendam ser rainhas ou princesas, pergunto-me qual seria o gosto.
O que é ainda mais revoltante é a discriminação da esquerda enquanto força política. Senão repare-se: na I República, já existia um partido de esquerda que nunca foi eleito (nas dezenas de Governos que houve, não houve um único de esquerda – mas houve de direita e de extrema-direita); na II República a esquerda foi perseguida, torturada, assassinada, censurada, e mais “-adas” que não cabe aqui dizer; nesta, que é a III República, a esquerda é discriminada e silenciada desde Novembro de 1975. Mas se não fosse a esquerda (latu sensu), não havia República, não havia Democracia, não teríamos saído das garras da Ditadura. Ou seja: que grande contradição! Um povo de esquerda que discrimina a esquerda enquanto força política?! Não é para admirar, ficar espantado, mas sim para chorar e enfurecer quem não se revê nesta incongruência do povo português. Um povo que sempre lutou, que sempre defendeu o desenvolvimento, que sempre foi (mas começa a não ser) patriota – basta ver-se: os Descobrimentos, as revoluções que houve na História, as grandes batalhas travadas, a não-aceitação da governação espanhola, são exemplos do povo revolucionário que somos… o próprio hino nacional é revolucionário! – e no entanto continua-se a apoiar o neo-liberalismo, o reaccionário, a estagnação, a corrupção, o crime, o populismo, o capitalismo… se isto os deixa confusos, acreditem que isto ainda é só a ponta do iceberg… porque há mais, muito mais. Mas para isso, é necessária uma enorme disponibilidade dos caros leitores para lerem ou ouvirem aquilo que seria o relatar do verdadeiro patriotismo, e não do pseudo-patriotismo defendido no Estado Novo e nos dias de hoje.
Sou republicano, não por ter nascido e por viver neste regime – que já é pseudo-republicano. Mas sim porque defendo o tratamento por igual do ser humano, porque defendo a Liberdade, Igualdade e Fraternidade (curioso que os franceses já não o defendam…), porque defendo o pluralismo, porque defendo a verdadeira Justiça… e além disso, acresce o meu lado defensor do verdadeiro Socialismo. Porque ser-se republicano e anti-socialismo é ter-se uma mente muito perturbada e extremamente confusa, e é essa a mente que os portugueses têm demonstrado possuir.
Passando a temas mais recentes, veja-se o enfoque dos meios de comunicação social à “guerra” entre José Sócrates e Passos Coelho (entre aspas porque não passa de um claro e vergonhoso show-off) sobre o novo “pacote” de medidas de austeridade. Porque será que as demais opiniões não merecem o mesmo destaque? Porque será que a Esquerda continua silenciada e discriminada? Enfim, porque será que os portugueses continuam a permitir que façam deles os burros que já são, a permitir que lhes mantenham as palas para não se desviarem dos caminhos que os populistas e neo-liberalistas pretendem que continuem a seguir (para proveito próprio e nada mais), a permitir que sejam arruinados e condenados à miséria (ou até mesmo à morte)? A resposta é complexa, mas pode-se resumir a uma palavra principal e a três acessórias da principal: inconsciência, falta de Cultura. E são estas quatro palavras, que resumem o estado actual do país, que intitulam este sincero contributo: o povo português aprova (através do voto nos partidos de direita, e da abstenção) que Portugal seja entregue aos chacais. Não sei que haverá, ainda, a salvar do que tínhamos: a República, Abril, Portugal, Povo português… suicidados enquanto permitirem sê-lo!
Os meios de comunicação social estão descaradamente ao serviço do grande capital, dos imperialistas, dos capitalistas, dos neo-liberais e populistas, dos senhores feudais, em suma: da direita PS, PSD e CDS-PP (e ainda a propósito do Centenário da República, adiciono à lista o PPM). E o povo não contraria tal. Daí que a Constituição mereça uma alteração: de modo a torná-la mais imperativa, de modo a fazer-se cumprir, de modo a que estes crimes sejam controlados com maior vigor – Portugal não precisa de Constituições adaptadas ao neo-liberalismo, mas sim de Constituições Abrilistas que se façam cumprir custe o que custar! E esse cumprimento começa na Cidadania – os cidadãos portugueses têm o dever de cumprir e fazer cumprir a Constituição Portuguesa, e não apenas o Tribunal Constitucional e os políticos.
Dia 24 de Novembro haverá uma nova jornada de luta – histórica, pois finalmente a UGT irá, a priori, juntar-se à CGTP-IN, pela segunda vez na História. Vejamos o resultado – espero que seja bem melhor que o apresentado já nas lutas de 29 de Maio, 08 de Julho e 29 de Setembro, e volto a saudar todos os que participaram nestas lutas pois fizeram, para já, o que Portugal inteiro devia fazer sempre: não permitir que os ricos fiquem mais ricos, que os pobres sejam mortos para os ricos não pagarem, não permitir que apenas os criminosos nos governem. Nas eleições presidenciais de 2011, também vou querer ver o resultado… espero que seja bem melhor do que aquele que prevejo.
Portugal precisa de uma reforma agrária, em defesa da produção nacional (a única coisa capaz de nos salvar), e não de ser sugado por vampiros reaccionários. Portugal precisa de uma política patriota, e não imperialista e capitalista. Portugal precisa de uma política de esquerda, e não populista e neo-liberalista. Enfim, Portugal tem que acordar!
Portugueses, quando estiverem preparados: cresçam e apareçam! Basta de PS, PSD e CDS-PP! Basta de abstenções! Levantai-vos, uni-vos e lutem! Mesmo que não seja pelo vosso país, lutem por vós e pelos vossos descendentes – que eles não pediram para vir a um país de que ninguém gosta no estado em que se encontra. Cresçam e apareçam!
Fernando Barbosa Ribeiro
Pois é !!! Isto de comemorações tem muito que se lhe diga !!! Se dentro de seis meses fores perguntar a "alguém" (até pode ser ao Presidente da República ...) porque é que o nome de uma das maiores avenidas da capital se chama "Almirante Reis", 99% não te sabem responder ... (se falasses em "Almirante Cândido dos Reis", talvez os 99% passassem a 70% ... e um número significativo dir-te-ia que "era um presidente de clube ...")
ResponderEliminarNem é preciso esperar-se tanto tempo - na véspera (04 de Outubro), como que por brincadeira, já perguntei a algumas pessoas... sabiam muito da estrutura, mas desconheciam por completo a base desta estrutura. Totalmente lamentável...
ResponderEliminarE se perguntares a alguém porque motivo a bandeira "nacional" verde / rubra é a mesma da "Carbonária" que assassinou o rei no dia do regicídio ... as respostas surpreenderão ...
ResponderEliminarNão surpreenderão não... porque a ignorância, a inconsciência e a falta de cultura imperam...
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