"O QUE FAZEMOS POR NÓS PRÓPRIOS MORRE CONNOSCO, MAS O QUE FAZEMOS PELOS OUTROS E PELO MUNDO PERMANECE. E É IMORTAL." (ALBERT PINE)

Museu José Manuel Soares (Casa da Cultura - Pinhel, Guarda)

Museu José Manuel Soares (Casa da Cultura - Pinhel, Guarda)
A equipa de "ABYSSUS LUSITANIS - O Abismo de Portugal" apoia e procura auxiliar a divulgação e convidar os nossos leitores a visitar o Museu José Manuel Soares (Casa da Cultura), em Pinhel (Guarda).

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Seminário - "O Circuito Económico"


Todos convidados!

Para mais informações, contacte-nos através do nosso e-mail (oabismodeportugal@sapo.pt).


SÁBADO, 10 DE DEZEMBRO DE 2011 - 15H00
SALA DA BIBLIOTECA DA JUNTA DE FREGUESIA DOS ANJOS
(RUA MARIA DA FONTE, MERCADO DO FORNO DO TIJOLO - LISBOA, PORTUGAL)



SEMINÁRIO "O CIRCUITO ECONÓMICO", COM O ECONOMISTA
JOÃO EDUARDO COUTINHO DUARTE




UMA INICIATIVA DA COMISSÃO DE FREGUESIA DOS ANJOS DO PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS (PCP)


Conhecendo eu bem o orador, além de lhe ser um fraterno amigo e camarada, garanto que será deveras interessante. Se puder, caro leitor: NÃO FALTE E PARTICIPE!

Fernando Barbosa Ribeiro

domingo, 27 de novembro de 2011

SOBRE O MOVIMENTO DOS INDIGNADOS – UMA TENTATIVA DE ANÁLISE


O caro leitor deve ficar intrigado… que diabo tem um apoiante da revolta e da mudança a falar sobre este tema? Talvez seja por ser assumidamente membro de um partido político, por assumida e publicamente realizar actividades políticas… e como este movimento afirma-se anti-político, já deve vir contra. Ou então veio expressar a sua solidariedade e afirmar-se ao lado deles… Não, caro leitor. Nunca apoiei este movimento, e devo dizer que sempre deixou-me intrigado. E recentemente, através da análise de vários textos sobre os mesmos (para além do estudo do próprio movimento e suas acções), conseguir iniciar a formulação de um estudo próprio, que é da minha pretensão partilhar com os meus amigos leitores. Asseguro desde já que todas as informações que obtive até hoje são de fontes seguras (algumas são, inclusive, do próprio movimento em Portugal) – pois impera em mim o dever de só falar sobre aquilo que sei e/ou sobre assuntos para os quais tenho provas caso as mesmas sejam-me solicitadas.

Para começar, uma análise inicial. O Partido Comunista Português, ou em época eleitoral a Coligação Democrática Unitária (CDU), tem vindo incansavelmente a denunciar os podres das políticas que governam Portugal desde Novembro de 1975. Poucos são os que lhe dão a devida e merecida importância e atenção. De repente, no fim da primeira década do século XXI, surge um grupo a nível mundial (como também o é o verdadeiro Comunismo, quer acreditem quer não), intitulado de “Indignados” (seja lá o que isso for!), a protestar “pacificamente” contra a Política em geral. Curioso… então, tal grupo (doravante designado como inicialmente: movimento) deve ter propostas, ideias, medidas, mais justas e progressistas para os povos. Não, tal é falso – lamento informar. Participando sempre ao lado da CGTP-IN e do PCP, tenho excelentes oportunidades para ouvir o que este movimento afirma… e nunca ouvi uma proposta (utópica ou não) para combater as políticas anti-populares, a crise, a guerra, etc. Sendo um movimento pela paz, porque não luta contra a NATO? Sendo um movimento contra a especulação financeira, porque não combate o Capitalismo? Sendo um movimento em defesa do povo, porque não defende o 25 de Abril (no caso português) ou o Socialismo (que é a ideologia mais próxima da vontade popular – subentenda-se este como sendo o Socialismo Comunista e não um dos pseudo-socialismos já conhecidos em todo o mundo)? Porque pretendem eles o fim da Política, e já agora que pretendem eles no lugar da Política? É certo… talvez tenhamos conceitos diferentes sobre o que é a Política (e para isso, sugiro que se esclareçam primeiro sobre qual é o verdadeiro conceito de Política – que não é o que se aprende nas escolas e universidades, acrescento desde já).

Segundo um estudo de fonte fidedigna (que não revelarei por motivos mais ou menos óbvios), tudo começou pela publicação de um livro intitulado “Indignai-vos!” de Stéphane Hessel, um senhor dos seus mais de 90 anos de idade, herói da Resistência francesa. Mas tal livro não oferece, igualmente, soluções para o(s) problema(s): só incentiva a uma luta “pacífica”, uma indignação “pacífica”, contra o Sistema. E agora pergunto: como? Para se ser contra o Sistema, há que alterá-lo… como querem alterá-lo? No Comunismo sabemos muito bem… e temos vindo incansavelmente a afirmar as nossas propostas. Mas nos “Indignados” não existem quaisquer propostas. Conselho de quem já vai sabendo algumas coisas, mesmo sendo jovem inexperiente: informem-se antes de meterem as mãos “na dita-cuja”, senão podem colocar-se numa situação no mínimo vergonhosa, senão mesmo grave.
Quem ler o livro, tal aparenta ser tão-somente um livro de promoção da indignação (chama-lhe a minha fonte de “marketing com o objectivo de criar um movimento que se indigna”… e continua, e muito bem: “que se indigna, sim, mas que não apresenta soluções, apenas preconiza manifestações e ocupações pacíficas. No fundo, essas são óptimas panelas de escape para o povo que poder estabelecido agradece, evitando assim revoltas populares.”). Então, podemos concluir que este movimento visa apenas aliviar alguns desconfortos e dores de cabeça, iludindo quem se encontra contra o que se passa no nosso país e/ou no nosso mundo numa luta que não visa combater rigorosamente nada (é a única conclusão óbvia!)… ou seja, desincentivar uma luta organizada e informada que vise efectivamente alterar o Sistema!... Mas ainda nem tudo está dito.

Tal movimento é apoiado por quem pertence e mexe com o Sistema. Ora aqui está uma boa questão: se o movimento se afirma contra (mas, repito, sem propostas de alterar ou pôr-lhe fim) o Sistema, porque diabos é ele apoiado por quem cria e está dentro do Sistema? Segundo a mesma fonte, e cito: “Não deixa de ser preocupante o facto de pessoas como George Soros, Warren Buffet ou o CEO da General Electric apoiarem o movimento dos Indignados. Poderemos ter assim, milhares de participantes sinceros nestes movimentos que poderão estar a trabalhar, na realidade, para o contrário das ideias em que acreditam.” Estas palavras dizem tudo, em resumo, o que eu tenho vindo a expor aos caros leitores.

Mas tal movimento começou a sair da obscuridade e a denunciar a verdade por detrás dele no 15 de Outubro… pela primeira vez na história mundial, mais de 15 milhões de pessoas, em mais de 60 países, desfilaram para uma mudança global. Novamente, relembro, sem propostas nem ideias de como fazê-lo. Mais curioso ainda: visitando o site oficial do movimento para tal data ("http//15october.net/", sendo que a base de dados do registo de todos os sites no mundo era o “http//who.godaddy.com/"), verificávamos que o titular do site era alguém que não é tão desconhecido quanto isso do mundo. Passo a citar:

«Paulina Arcos
866 United Nations Plaza
Suite 516
New York, New York 10017
United States»

Voltando a citar a minha fonte, “Quem diabo será Paulina Arcos? Esta é a mulher de Francisco Carrión Mena, representante permanente do Equador e presidente de um comité especial da ONU. Curioso, será que, a ONU está por trás deste movimento? Mas, as surpresas não ficam por aqui. A morada 866 United Nations Plaza New York também é a morada de Lucis Trust. O que é o Lucis Trust? No seu site oficial, descreve as suas actividades como sendo de promoção da educação do pensamento humano com vista a pôr em prática valores e princípios espirituais para a construção de uma sociedade mundial estável e interdependente.” Pergunto eu ao caro leitor, pois eu também não sei: o que raio será “uma sociedade mundial estável e interdependente”? Não quero, de forma alguma, difamar ou injuriar pessoas e/ou organizações, mas com base nas leituras de inúmeras revistas científicas, atrevo-me a dizer que esta frase soa a algo idêntico a uma pseudo-maçonaria!...

Mas essa minha fonte continua: “Segundo jornalistas de investigação da agência Reuters, por trás de Occupy Wall Street estará, nada mais nada menos de que George Soros. Este homem de 81 anos possui a sétima maior fortuna dos Estados Unidos, avaliada em 22 mil milhões de dólares.

Apesar de negar qualquer intervenção nesse movimento, os jornalistas da Reuters descobriram que uma organização com sede no Canadá, Albusters, estava a preparar uma campanha extremamente sofisticada de uma "ocupação" pacífica de Wall Street, à semelhança dos movimentos das primaveras árabes.

(…) A ideia do movimento Occupy Wall Street terá sido preparada a partir do dia 13 de Julho, segundo um dos fundadores de Adbuster, Kelle Lasn.
Recentemente, Mikhail Gorbachev, personagem que se tornou extremamente influente na ONU e membro do Lucis Trust, disse que Occupy Wall Street representava o sinal de uma Nova Ordem Mundial. Mikhail Gorbachev é o fundador do chamado "Fórum do Milénio" e a sede dessa organização situa-se no... 866 United Nations Plaza, Suite 120, New York. Coincidência?”

Penso que isto é do interesse do caro leitor, senão até principalmente de quem integra ou costuma integrar o grupo dos “Indignados”… a minha fonte acaba por referir que mais tarde, no site supra citado referente ao 15 de Outubro, o titular foi alterado para:

«DomainsByProxy.com
15111 N. Hayden Rd.., Ste 160, PMB 353
Scottsdale, Arizona 85260
United States»

E adianta, acerca disso, que “Russell Simmons, milionário americano e Jimmy Wales, co-fundador de Wikipédia (mais uma coincidência) também apoiam o movimento Occupy Wall Street”…

Caro leitor, não sei o que pensa após a leitura deste meu sincero contributo. Por mim, penso que são coincidências a mais… e como diria o nosso grande poeta José Régio, “não sei por onde vou, sei que não vou por aí”!

Para terminar, devo deixar uma nota pessoal importante: este sincero contributo não pretende, de forma alguma, desacreditar todos aqueles que participaram e apoiam de maneira genuína o movimento dos “Indignados”. Pretende sim (tentar) denunciar o facto de os participantes poderem estar a ser alvos de uma grande manobra de diversão, ou até mesmo de um grande engodo que pretenda utilizar os seus participantes para fins que não são os pretendidos pelos mesmos. Um conselho, repito-o quantas vezes forem necessárias: antes de agirem, pensem. Não foi por acaso que Lenin deixou-nos um forte e importante alerta para as “esquerdas infantilizadas”, que é como quem diz, também, as “maiorias silenciosas”… podem parecer a vovó do Capuchinho Vermelho, e no final serem o lobo prontos para nos devorarem vivos e sem piedade. Juntem-se a quem se sabe que nunca traiu nem nunca trairá o povo, ao invés de novos (e de duvidosa fiabilidade) movimentos infantis.

Saudações Revolucionárias!

Fernando Barbosa Ribeiro

P.S.: a imagem foi retirada do site “http//indignadoslisboa.net/”.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Saudades do camarada Vasco Gonçalves...


É preciso recuperar o PREC! Desmascarar as calúnias. Demonstrar que para este povo foi o melhor período da sua tão longa história!

Fernando Barbosa Ribeiro


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Assunto: Subsídios



Decreto-Lei n.º 372/74 de 20 de Agosto

1. Pelo presente diploma aumentam-se substancialmente os vencimentos do funcionalismo público civil. Os vencimentos mensais são ajustados segundo um esquema de aumentos degressivos em valor absoluto, que, tomando como base os valores vigentes até 31 de Maio passado, vão de 1400$00, nos escalões mais baixos, até 500$00, nos vencimentos iguais ou superiores a 7500$00, ficando estes últimos aumentos suspensos até promulgação da lei geral que elimine a estabilização decretada para todas as remunerações superiores a 7500$00. É instituído, com carácter de obrigatoriedade legal, o 13.º mês (subsídio de Natal). Cria-se o subsídio de férias, equivalente a metade da remuneração mensal. Regula-se em bases mais favoráveis a prestação de horas extraordinárias. Prevê-se a realização de um estudo, em ordem à institucionalização de um sistema de diuturnidades. Ajustam-se as pensões de aposentação, segundo um esquema que, tal como o que foi adoptado para os vencimentos, é fortemente degressivo.

(...)

Art. 7.º - 1. Aos servidores do Estado na efectividade de serviço e nas situações de reserva, aposentados ou reformados, bem como aos pensionistas a cargo do Ministério das Finanças ou do Montepio dos Servidores do Estado, é abonado em cada ano um subsídio de Natal, a conceder em Dezembro, de valor igual à remuneração mensal a que tenham direito em 1 desse mês, a título de vencimento, salário ou pensão.

2. Os servidores do Estado, na efectividade, que em 1 de Dezembro não tiverem completado um ano de bom e efectivo serviço apenas terão direito a receber um subsídio de valor correspondente a tantos duodécimos quantos os meses de serviço prestado nessas condições.

Art. 8.º - 1. Aos servidores do Estado na efectividade de serviço é abonado em cada ano um subsídio de férias, a conceder em Julho, igual a metade da remuneração mensal a que tenham direito em 1 desse mês, a título de vencimento ou salário, desde que até essa data tenham completado pelo menos um ano de bom e efectivo serviço.

2. Aos servidores que completarem entre 1 de Julho e 31 de Dezembro o seu primeiro ano de bom e efectivo serviço ser-lhes-á abonado o subsídio de férias no mês seguinte àquele em que atingirem esse tempo de serviço.

Art. 9.º - 1. Para cálculo dos subsídios de Natal e de férias referidos nos artigos anteriores não são consideradas quaisquer remunerações acessórias ou emolumentos que porventura os servidores normalmente recebam.

2. Na atribuição dos mesmos subsídios serão observadas as seguintes regras:
a) O salário mensal a considerar até 31 de Dezembro de 1974 será determinado nos termos do artigo 17.º do Decreto-Lei n.º 45003, de 27 de Abril de 1963;

b) No caso de acumulação de funções serão estabelecidos apenas em relação ao cargo a que corresponda a remuneração mais elevada;

c) Não contam para os limites fixados no n.º 1 do artigo 8.º do Decreto-Lei n.º 49410, de 24 de Novembro de 1969, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 27/74, de 31 de Janeiro, são inalienáveis e impenhoráveis e ficam sujeitos apenas ao desconto do imposto do selo;

d) São devidos em relação aos honorários de quantia superior à estabelecida para a categoria A.

(...)

Visto e aprovado em Conselho de Ministros. - Vasco dos Santos Gonçalves - José da Silva Lopes.

Promulgado em 16 de Agosto de 1974.


Publique-se.
O Presidente da República, ANTÓNIO DE SPÍNOLA.

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Decreto-Lei n.º 294/75 de 16 de Junho

(...)

Indo ao encontro das reivindicações insistentemente apresentadas, consagra ainda o presente diploma o princípio de que o subsídio de férias deverá ser equivalente à remuneração correspondente aos dias de férias a que os trabalhadores tiverem direito, vencendo-se, no corrente ano, no mês de Junho.

(...)

Art. 8.º - 1. Os trabalhadores a que se refere o presente diploma têm direito a receber, no mês de Junho de cada ano, um subsídio de férias de valor correspondente ao vencimento do período de férias a que tiverem direito, aferido relativamente ao vencimento base referente ao mês anterior, no mínimo de quinze dias.

2. Aos trabalhadores que completarem entre 1 de Junho e 31 de Dezembro o seu primeiro ano de serviço efectivo será abonado o subsídio de férias no mês seguinte àquele em que atingirem esse tempo de serviço.

(...)

Visto e aprovado em Conselho de Ministros. - Vasco dos Santos Gonçalves - António Carlos Magalhães Arnão Metelo - Mário Luís da Silva Murteira - José Joaquim Fragoso.

Promulgado em 12 de Junho de 1975.


Publique-se.
O Presidente da República, FRANCISCO DA COSTA GOMES.

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ADITAMENTO 1

Portaria n.º 514/90 de 6 de Julho

A atribuição aos aposentados e reformados de um 14.º mês que os equipare, em número de pagamentos, à generalidade dos trabalhadores do activo corresponde a um anseio e a uma medida de justiça que agora se torna possível concretizar, além de consagrar uma plena harmonização com os princípios que o Governo aprovou, através da reforma do sistema retributivo.

Tal medida, propiciadora da melhoria das condições de vida, em particular dos mais desfavorecidos, é hoje viável, mercê da estabilidade económica alcançada e da política de contenção e poupança das despesas públicas.

O presente diploma vem, assim, de forma sistemática, regular a atribuição de um 14.º mês a todos os aposentados e pensionistas da Caixa Geral de Aposentações e do Montepio dos Servidores do Estado, em termos tão amplos que dele só não beneficia quem for titular do direito ao abono de natureza idêntica.

Assim:
Manda o Governo, pelo Ministro das Finanças, nos termos do n.º 4 do artigo 45.º do Decreto-Lei n.º 353-A/89, de 16 de Outubro, o seguinte:

1.º São aditados à Portaria n.º 904-B/89, de 16 de Outubro, os n.os 9.º-A, 9.º-B e 9.º-C, com a seguinte redacção:

9.º-A. Os aposentados, os reformados e os demais pensionistas da Caixa Geral de Aposentações e do Montepio dos Servidores do Estado, bem como os funcionários que se encontrem na situação de reserva e de desligados do serviço, aguardando aposentação ou reforma, com excepção do pessoal que no primeiro ano de passagem a qualquer das situações nele previstas receba subsídio de férias, têm direito a receber, em cada ano civil, um 14.º mês, pagável em Julho, de montante igual à pensão correspondente a esse mesmo mês.

9.º-B. O pessoal abrangido pela presente portaria e que se encontre, cumulativamente, na situação de pensionista, por qualquer outro regime de protecção social, ou no exercício de funções, quer públicas, quer de natureza privada, terá de optar, respectivamente, entre o 14.º mês ou o subsídio de férias que lhe competir em razão da sua situação e o 14.º mês a que tem direito nos termos do número anterior.

9.º-C. O abono do 14.º mês será liquidado pela Caixa Geral de Aposentações, pelo Montepio dos Servidores do Estado ou pela entidade de que dependa o interessado, consoante se encontre na situação de pensionista, de reserva ou aguardando aposentação, sem prejuízo de, nos termos legais, o respectivo encargo ser suportado pelas entidades responsáveis pela aposentação do seu pessoal.

2.º A presente portaria produz efeitos a partir de 1 de Julho de 1990.


Ministério das Finanças.


Assinada em 21 de Junho de 1990.


O Ministro das Finanças, Luís Miguel Couceiro Pizarro Beleza.

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ADITAMENTO 2

Decreto-Lei n.º 496/80 de 20 de Outubro

(...)
O presente diploma vem regular de forma sistemática a atribuição dos subsídios de férias e de Natal ao funcionalismo público, satisfazendo uma necessidade que já se fazia sentir à data da publicação do Decreto-Lei n.º 204-A/79, de 5 de Julho.

(...)

CAPÍTULO IV


Disposições finais


Art. 17.º Os subsídios de Natal e de férias são inalienáveis e impenhoráveis.

Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 30 de Julho de 1980. - Francisco Sá Carneiro.

Promulgado em 10 de Outubro de 1980.


Publique-se.
O Presidente da República, ANTÓNIO RAMALHO EANES.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

IMPARÁVEL… EXCEPTO AGORA: POR MOTIVOS DE FORÇA MAIOR


Foi com um misto de tristeza e revolta que recebi, via telefone (na data indicada abaixo), e durante o período em que me ausentei de Portugal, a terrível notícia de mais uma perda importante para o mundo.

Faleceu outro imprescindível, como merece ser intitulado (parafraseando os célebres ditos de Bertold Brecht), um querido Amigo e camarada, um homem que foi como que meu padrinho em diversas situações.

Foi por muito pouco tempo que pudemos partilhar as nossas vidas – pouco mais de um ano de amizade – e, com outros entraves e complicações, não nos foi (infelizmente) possível conviver mais e melhores vezes como sempre desejei.

Para começar, um Homem. Depois, sempre amável, progressista, atento. E outros tantos adjectivos, os quais é impossível reportar em palavras escritas. Por fim, mas não menos importante (antes pelo contrário), um Amigo que muito estimei, estimo e estimarei. Um Amigo que nunca esquecerei, e que da mesma maneira que me deu muitas alegrias e uma amizade ímpares, faz agora este jovem que se despede por breves instantes e por motivos de força maior derramar lágrimas de profunda saudade, e de grande revolta para com aquilo a que ironicamente se insiste em chamar de “vida”. Um Homem… que amava todos os homens e mulheres, que amava a amizade, que amava a sua família… em suma, que amava a Vida.

Ao meu querido Amigo… ao meu companheiro de horas inesquecíveis… ao nosso Rui Laranjinha. Até sempre, ou até breve já que o tempo passa a correr. Não morres, porque enquanto permaneceres na memória de todos nós estarás sempre vivo. Vivo nos nossos corações e nas nossas mentes. Vivo na Luta que sempre continua. Vivo na fraternidade que partilhaste com tantos como eu.

À minha querida amiga Cristina, sua devotíssima esposa, um enorme beijinho de sempre devota amizade e com votos de muita força. Este modesto mas sincero abraço fraterno é para ambos.

Do sempre vosso fraternalmente amigo,

Fernando Barbosa Ribeiro
(Santiago de Compostela, 8 de Agosto de 2011)

Post Scriptum: a fotografia apresentada foi a última tirada com ambos juntos, retirada do álbum de fotografias de Rui Laranjinha - posteriormente recortada e alterada pelo autor do presente contributo.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

ADITAMENTO/APENSO AO CONTRIBUTO "SOBRE AS ESCADAS MONUMENTAIS DE COIMBRA"


Tudo tornou-se claro ao escutarmos as palavras de um dos protestantes de Coimbra numa emissora de rádio. Caro leitor, tenho por regra ouvir e ler notícias a partir de várias fontes, tendo sempre como basilares a revista “O Militante” e o jornal “Avante!”… logo de manhã, antes de sair de casa, ouço e vejo o telejornal (maus hábitos!), e não sei que diga… nem o que senti. Foi transmitida uma entrevista (para uma emissora de rádio) a um dos que, durante o comício da CDU, protestou devido a este partido ter pintado as escadas monumentais conimbricenses. Resultado: as palavras dele não me chocaram. Mas deixaram-me com vergonha de sermos de gerações próximas (senão até da mesma – desconheço). As palavras desse protestante, um estudante de Coimbra cuja identidade desconhecemos, foram as seguintes: “o problema nem é o facto de terem pintado as monumentais; o problema é terem pintado um símbolo político, o que vai contra aquilo que os estudantes defendem” (sic).

Tudo explicado, clarinho como água: o problema deles não era a defesa do seu símbolo ou do seu “património”, como tantas vezes proferiram na manhã e na tarde daquele dia. O problema, só proferido à noite, foi o símbolo… recordo mais uma vez, para caso não queiram reler o contributo de início (este é só um aditamento, um apenso, ao contributo que o originou), que nessas mesmas escadas, construídas no tempo do fascismo em Portugal, ocorreram diversos movimentos estudantis… e políticos! Ainda muito recentemente houve protestos da AAC, além de campanhas da JS (juventude do PS) e da JSD (juventude do PSD/PPD) – e sobre isso, até hoje, nunca ouvi nada. Mas atenção, agora temos um girassol… e pior ainda: temos uma foice e um martelo (já agora: não se esqueçam da estrela). Pronto, lá vêm os malditos dos diabos vermelhos, dos bolcheviques, dos soviéticos, dos cubanos, dos coreanos, dos socialistas… em suma, e da forma mais reaccionária possível, dos comunas!... e agora cabe, na perfeição, a frase popular: “borrar a pintura toda”! Lá vêm os comunistas borrar a pintura toda...

Tentando falar com maior recurso ao cérebro do que fiz no final do parágrafo anterior (no qual recorri ao estado de espírito, aos sentimentos) – pois estas questões, e como bem saberá o caro leitor através dos meus sinceros contributos, geram em mim um profundo sentimento de revolta para com a cegueira-mental e surdez-cerebral de que o povo do meu/nosso país padece: verifica-se, uma vez mais, um ataque à afirmação da CDU enquanto força política. Já não basta o silenciamento nos meios de comunicação social, já não basta o branqueamento do fascismo (isto é: justificá-lo, legitimá-lo, descriminá-lo), já não basta a deturpação daquilo que são os verdadeiros valores de Abril e da Revolução dos Cravos, já não basta a ofensiva contra a Democracia. Os barões das políticas prosseguidas desde Novembro de 1975 e do I Governo Constitucional até hoje, todas elas (sem excepção!) levadas a cabo por PS, PSD/PPD e CDS/PP, querem vir a ilegalizar, tal como o era no tempo do fascismo, a CDU – mais concretamente, mas sem desfazer os restantes companheiros de coligação, o Partido Comunista Português. Isto é: querem fazer como em tantos países como a República Checa ou a Polónia, onde os comunistas são obrigados a viver na clandestinidade. Em suma, e falando muito genericamente, querem ilegalizar o 25 de Abril enquanto processo revolucionário de democratização/libertação de Portugal, ainda hoje em curso como não podia deixar de ser.

Tudo isto traduz-se numa única ideia, defendida pelos protestantes em Coimbra: pinturas comunistas são vandalizações; outras pinturas (e não só, como referi no contributo originário deste aditamento/apenso) são legítimas e bem-vindas. Que grande incongruência, heim?!

Ao contrário de muitos, eu não desisto. Não voto na CDU nem sou apoiante e militante activo para “tachos”, nem para ver se ganham as eleições. Voto na CDU por ser a única alternativa de ruptura e de mudança das políticas desastrosas de que Portugal tem sido alvo. Voto na CDU e sou apoiante e militante activo a fim de contribuir para o combate a todas as ofensivas imperialistas, capitalistas, fascistas, reaccionárias, de direita, que existam no nosso país. Não existem salvadores da pátria, nem nunca existiram; mas a CDU é a única e verdadeira solução para um Portugal com futuro!
Contra os protestantes de Coimbra, e subscrevendo as palavras de Jerónimo de Sousa no comício lá realizado, não me calo nem nunca me calarei – seja em liberdade, seja na clandestinidade. E igualmente contra eles, reprovo totalmente as atitudes preconceituosas e sectárias realizadas a propósito da pintura da escada monumental. Assim seja escrito, assim seja feito.

Fernando Barbosa Ribeiro

terça-feira, 24 de maio de 2011

SOBRE AS ESCADAS MONUMENTAIS DE COIMBRA


Tenho estado ausente devido a motivos profissionais, mas foi-me impossível continuar a fazer fosse o que fosse quando soube do “caso” das escadas monumentais de Coimbra - tenho que partilhar aquilo que penso. Bem sei que a minha militância torna-me suspeito em falar no assunto, mas no meu tempo (como já sou “velhinho”!) a opinião ainda era livre. Por isso, caro leitor, aqui fica o meu sincero contributo sobre este tema.

Ouvi e li muitos a protestarem contra a pintura realizada pela CDU no local em apreço, inclusive a citar legislação. Pergunto-me quem é o “brilhante” jurista que se lembrou de a citar, pois citou-a para nada. Passo a explicar: existe, efectivamente, uma lei respeitante à pintura de murais e colocação de cartazes, que cito em seguida. Segundo o número 4 do artigo 66º da Lei 14/79 de 16 de Maio, "Não é permitida a afixação de cartazes nem a realização de inscrições ou pinturas murais em monumentos nacionais, nos edifícios religiosos, nos edifícios sede de órgãos de soberania, de regiões autónomas ou do poder local, nos sinais de trânsito ou placas de sinalização rodoviária, no interior de quaisquer repartições ou edifícios públicos ou franqueados ao público, incluindo os estabelecimentos comerciais”. Após uma profunda análise, agora não jurídica, pergunto-me com franqueza em qual das situações se enquadram as escadas monumentais! Agora sim, não é um problema de interpretação da norma (que cabe ser realizada pelos juristas): é um problema de falta de cultura profunda e grave.

Penso que é pacífico – nunca estudei em Coimbra, mas desde há poucos anos que faço por visitá-la anualmente, não só pela paixão que nasceu em torno da cidade e (principalmente) do Mondego – que as escadas monumentais são como que um símbolo importante para os estudantes, e na minha sincera opinião não é apenas para estes. Ainda recordo com saudade o dia em que também a subi para visitar a Universidade de Coimbra (não só como turista mas também para conhecer aquela que foi a segunda escolha que fiz na candidatura a universidades públicas do país assim que completei o 12º ano de escolaridade), e lembro-me de ter reprovado toda a população da cidade por certos odores (que não eram de tinta!) que ali senti. Apesar disso tudo, e do nome popularmente (e tão somente a nível popular) atribuído, as escadas monumentais nunca foram nem são monumento em stricto sensu. Agora lamento é a falta de cultura histórico-geográfica da população de Coimbra – perdoem-me a frontalidade, que é merecida: abriram a boca e saiu asneira. E da grossa!

Além do exposto, é com profunda mágoa que confirmo, mais uma vez, a memória curta dos portugueses. A DG/AAC (Direcção-Geral da Associação Académica de Coimbra), em campanhas políticas estudantis (que não são menos importantes nem, em nada, diferentes das campanhas políticas “normais”), igualmente pintou as escadas monumentais – e não só, como podem ver nas imagens que pesquisei através do site Google e que aqui partilho a seguir. E essas realizaram-se há muito poucos anos. Mais: em quantas campanhas da JSD e JS já colocaram caminhos de placards e faixas, que obrigavam os estudantes (e outros transeuntes) a desviarem-se? Mas como é uma pintura que não afecta a mobilidade de ninguém, e da CDU, já há um gravíssimo problema… minha santa paciência! Tais protestos contra a CDU mereceram, inclusive, tempo de antena (e quiçá páginas de jornais…) nos media… que receberam todos os outros prevaricadores? Os que por lá urinam constantemente, os que deixam as escadas monumentais totalmente nojentas com vómitos e cervejas entornadas, ou as campanhas políticas, estudantis ou não, cometeram delitos que afectaram e afectam a população de Coimbra… mas a pintura da CDU, que não afecta ninguém, já foi um “acto de vandalismo”… Portugal, que rumo segues tu? Onde irás parar?
(fonte: Google)

Resumindo e concluindo, caro leitor: sei que serei alvo de inúmeras críticas (principalmente dos hipócritas e dos sectários, mas não só…) por defender o acto da CDU, e por reprovar viva e indignadamente os restantes actos praticados pelos demais. Mas como afirmei na introdução deste sincero contributo: no meu tempo, a opinião era livre.

O que Portugal está a praticar neste momento não é Democracia nem Justiça. Se assim fosse, teria havido protestos bem fortes a muitos, tal como enunciei acima. Estamos perante puras hipocrisia, sectarismo, discriminação, branqueamento, ocultação da verdade (isto é, mentira), desonestidade, pseudo-democracia e injustiça, quanto à atenção dada agora e que nunca foi dada anteriormente.

Fernando Barbosa Ribeiro

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Sessão Pública «O 25 de Abril» - com Andrade da Silva (Capitão-de-Abril)


(maqueta e imagem da minha autoria - esta é uma reprodução do panfleto utilizado para a divulgação do evento na Freguesia dos Anjos, em Lisboa; o texto citado que se segue é igualmente da minha autoria, na divulgação do mesmo evento na rede social Facebook)

Participa, mobiliza e divulga!

"A Organização do PCP (Partido Comunista Português) da Freguesia dos Anjos convida-vos a participarem na sessão «O 25 de Abril», que decorrerá no CRA - Clube Recreativo dos Anjos (Rua dos Anjos, nº 17, 1º andar - próximo da Avenida Almirante Reis (nas proximidades do antigo Cinema Lis/Roxy), por cima da casa de artigos desportivos "Brazão"), na sexta-feira dia 12 de Maio de 2011, a partir das 21h00.

Como convidado, teremos o Capitão-de-Abril Andrade da Silva.

Conselho para deslocação: de transportes (o estacionamento é dificílimo).
Dica: sair na estação de metropolitano "Intendente" (linha verde), cuja saída fica pouco depois do fim da Rua dos Anjos (e, consequentemente, próximo do CRA).

Mapa (link do site Google):
http://maps.google.pt/maps?f=q&source=s_q&hl=pt-PT&geocode&q=Rua+dos+Anjos+17+%E2%80%93+1150-033+LISBOA&aq&sll=38.723164%2C-9.135643&sspn=0.003976%2C0.009602&g=Rua+Anjos+17%2C1%C2%BA%2C+Lisboa+%E2%80%93+1150-033+LISBOA&ie=UTF8&hq&hnear=R.+dos+Anjos+17%2C+Lisboa&ll=38.72317%2C-9.135872&spn=0.003976%2C0.01369&z=17

Entrada livre.
Evento público.

Contacto (para qualquer assunto relativo à Freguesia ou ao presente evento): pcpfreguesiaanjos@gmail.com."

Igualmente disponibilizo-me a informar o caro leitor de qualquer assunto através do e-mail indicado no início do presente espaço de diálogo e debate livre e democrático (oabismodeportugal@sapo.pt), já que integro a Organização referida.
Fernando Barbosa Ribeiro

sábado, 12 de março de 2011

ACORDA PORTUGAL!!!


Novas lutas se aproximam…

Dentro em breve, haverá uma nova luta – a manifestação de 19 de Março, promovida pela CGTP-IN e apoiada pelo Partido Comunista Português. Esta será mais uma jornada para mostrar a nossa indignação para com a exploração a que somos sujeitos pelos governos PS, PSD e CDS-PP e não apenas a este governo em particular. Um protesto contra o Imperialismo de que somos alvo – se não fosse a nossa adesão à União Europeia, não nos seriam impostas leis que obrigam a importar produtos que Portugal consegue produzir e melhor, teríamos a nossa moeda (talvez a principal ferramenta para o funcionamento da Economia de qualquer país), seríamos um país verdadeiramente independente.

No último contributo, levantei uma questão que não era falada há muito tempo. Essa questão foi a da independência nacional, reconquistada em 1640. Com a adesão à União Europeia, como é bom de ver, estamos a ceder a nossa independência, e corremos o risco de a perder novamente. Quem é verdadeiramente patriota não aceita a nossa submissão à União Europeia… mas o povo demonstra uma enorme falta de patriotismo por não aceitar aqueles que o são e que o demonstram através da sua oposição a esta submissão. Antes de tudo, há a distinguir dois conceitos frequentemente confundidos: nacionalismo e patriotismo. Patriotismo traduz-se no amor ao seu país, no sentimento de cidadania (enquanto cidadão do seu país – no caso de Portugal, o sentimento de ser português), no orgulho de ser filho daquele país. Para quem não acredita, partilho a informação constante naquele que talvez seja o mais rico dicionário de Língua Portuguesa – o Houaiss. Segundo este dicionário, conjugando os conceitos de patriotismo com patriota e pátria, temos o seguinte: “qualidade ou característica de quem é patriota; devoção à pátria”, “que ou aquele que ama a pátria e a ela presta serviços; que é da mesma pátria, (…) o sentido de ‘amigo da pátria’”, “país em que se nasce e ao qual se pertence como cidadão; terra natal, parte do país em que alguém nasceu; a terra paterna; local de nascimento de um grupo ou de um facto que interessa a uma colectividade, ou que se destaca pela existência de um grande número de coisas de uma espécie determinada; berço; lugar considerado como o melhor; república, nação, Estado, região, país, o país natal, o solo natal”. Nutro este sentimento, incondicionalmente.
Já nacionalismo é totalmente diferente por um único motivo: apesar de partilhar, de certa forma, daquilo que define o patriotismo, não defende apenas o seu país mas também a sua raça. Quem se assume nacionalista, assume-se racista quer queira quer não. Quem se assume nacionalista, assume-se nazi e fascista, pois os comportamentos de ambos foram nacionalistas, racistas. Em suma, para um patriota somos portugueses, para um nacionalista somos da raça lusitana. Sou contra ideias nacionalistas, pois a ideia da “raça pura” é um mito, uma utopia. Mas o sentimento de patriotismo é real – para isso, basta nascermos num país (que é inevitável – mesmo nascendo no meio de um oceano, o país a que pertence o barco será a sua pátria, e o mesmo acontece com os aviões). Ou seja, quem é anti-patriota é contra o seu país e contra si próprio. Quem é anti-nacionalista, é contra a defesa de uma utopia – a raça. Espero ter conseguido esclarecer de uma vez para sempre esta distinção, mas estou disponível para tentar explicar melhor e em qualquer altura aos caros leitores.

E porquê o desvio? Simples: era importante, para que os caros leitores compreendam melhor o meu ponto de vista, partilhado por tantos. Urge a nossa separação da União Europeia, mas nestes tempos difíceis de crise não é viável. Mas em tempos melhores, tentou-se abrir os olhos aos portugueses – que preferiram não ligar nenhuma. E agora… a célebre e irritante frase: “eu bem vos avisei”. O Partido Comunista Português avisou Portugal sempre, e continua a avisar. Mas ninguém liga nenhuma. Porquê? Isso é mais complexo, mas não é inexplicável. Apesar de não existir, ainda, um motivo definido, encontrado, continua-se a tentar. Vou tentar contribuir com mais umas hipóteses.

Antes de mais, há uma enorme ignorância por parte do povo – doa a quem doer, esta é a verdade. E esta ignorância explica-se pelos sentidos anti-partidários que têm crescido, devido… à ignorância. Sim caro leitor: se julga que esta hipótese é uma “pescadinha de rabo na boca” (passo a expressão), em que andamos em círculos sem conseguir sair dela, está parcialmente certo… só parcialmente, pois há uma saída, que é a conclusão que apresentei (a de que o povo é ignorante). Os países imperialistas (Estados Unidos da América, entre outros), também ironicamente chamados de ocidentais, fizeram tudo por tudo para denegrir a imagem daquela que era uma das maiores potências do mundo: a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) – inventaram-se histórias ridículas mas extremamente credíveis para quem não conheceu a URSS de perto, e/ou para quem não estuda o que foi a URSS. E muitas vezes, centra-se a imagem da URSS em Stalin, quando este não foi a URSS – foi só um dos seus governantes. E já agora, sim… muitas das atitudes de Stalin são meritórias de reprovação. Mas só o são se não compreendermos a História: o que se passava no mundo para que o que Stalin fez seja razoável? Simples: uma profunda crise económica mundial, as constantes tentativas de pôr fim ao Socialismo Comunista (que é totalmente diferente ao regime capitalista que impera no Ocidente desde, pelo menos, o século XII) e consequente tentativa de corrupção desse regime, o constante risco de ser obrigado a participar noutra guerra (que se traduz na perda de vidas, na ruína de um país (note-se que pode ser uma ruína económica, mas esta é a menos provável desde que o país produza as suas próprias armas) e na ruína patrimonial do mesmo)… enfim, uma panóplia vasta demais para estar a enunciá-las neste espaço. Uma obra que recomendo vivamente: “O Socialismo Traído”, das Edições “Avante!”.
A Cuba, os procedimentos são exactamente os mesmos, mas com uma agravante: o embargo. E só graças a este embargo podemos ver um Socialismo que se traduz em “todos são pobres”. O Socialismo não é nem nunca foi sinónimo de tal – só o é enquanto permitirmos que os países imperialistas embarguem, bloqueiem, os países socialistas. Eis um foco de enorme ignorância da maioria.

Além disso, voltando a Portugal, o país tem sido governado sempre por três únicos partidos: PS e PSD, com ou sem CDS-PP. Porquê? Talvez haja a crença de que as pessoas fazem os partidos… em parte é verdade, mas essa parte é diminuta. Quem pode, no seu pleno juízo, defender políticas contra a produção nacional se é, a título de exemplo, agricultor? Quem pode defender políticas contra o combate efectivo ao desemprego (através do impulsionar da produção nacional, da criação de mais postos de trabalho, no impulsionar da Cultura e da Educação) se é desempregado e/ou de bases de ensino baixas? Só quem anda desatento. A título de exemplo, foi publicado recentemente no jornal PÚBLICO uma notícia que dizia que o CDS-PP é o único partido defensor da agricultura… pois é, pena é que não tenham visto os diversos programas do Partido Comunista Português, e acima de tudo os próprios Estatutos do mesmo – pois a produção nacional, destacadamente a agricultura e não só, não é algo que este partido defenda pura e simplesmente: é o que o define. Essa é a principal linha orientadora do PCP, e a sua ideologia marxista-leninista vem reforçar ainda mais esta afirmação. Curiosamente, há quem engula as calúnias do jornal PÚBLICO sem confirmar primeiro a veracidade das suas afirmações, o que é revoltante e lamentável.
Por fim, o combate ao impulso Cultural e Educacional da população portuguesa. Salazar disse, numa entrevista ao jornal O SÉCULO, na década de 30, que “um povo culto é um povo ingovernável”. Pois é… está explicado o porquê de em um mês poder tirar-se o 12º ano quando só se tinha a antiga 4ª classe… e o porquê de um aluno da antiga 4ª classe estar melhor preparado para tudo e possuir uma maior e mais vasta Cultura do que os actuais estudantes universitários. Foi a este ponto que chegámos! E como pode ver, caro leitor, apesar do ciclo vicioso, encontrámos a saída: há que impulsionar a Educação e a Cultura, e pôr fim ao consumismo e à imbecilidade que é promovida constantemente nas nossas vidas (principalmente nos nossos meios de comunicação social). Enquanto tal não for combatido (a imbecilidade e o consumismo), continuaremos a ouvir cada vez mais o “não me chateies” quando confrontamos as pessoas com verdades sobre o estado do país.

Decorrente da ignorância, vem um possível segundo motivo para ninguém ouvir o Partido Comunista Português: o preconceito. Recordando o facto de ninguém querer saber o que realmente foi a URSS e o que realmente é Cuba, bem como o que realmente é a ideologia e o programa Comunistas, é óbvio que, ao engolir tantas mentiras, gera-se um sentido anti-Comunista na população. E recordando o facto de se acreditar que as pessoas fazem os partidos e não o contrário, aí temos o sentido anti-partidário: afirma-se que “todos os partidos são iguais”, quando só fomos governados por 3 dos 5 principais, para não falar dos restantes que não têm assento na Assembleia da República. Vota-se sem se querer saber do que se passa na vida parlamentar, na vida política, enfim sem se praticar efectivamente a cidadania (se bem que votar também é um acto de cidadania – aliás, o principal deles todos!).

Por fim, a transmissão da mensagem do “inevitável”. “É inevitável” ter que pagar mais impostos para sair da crise, “é inevitável” acabar com os subsídios de desemprego para impulsionar a Economia Nacional, “é inevitável” morrer de fome para salvar o país da crise… mas pelos vistos não é inevitável ir buscar o dinheiro onde ele se encontra: nas grandes empresas, nos grandes mercados internacionais, na banca, nos privados… “é inevitável” tirar subsídios e gerar mais pobreza, mas não é inevitável cortar um salário de 50.000€ (cinquenta mil euros) a um jornalista da TVI, ou um salário de 100.000€ (cem mil euros) ou superior a um empresário, ou obrigar aos bancos a pagarem os impostos que devem pagar em sede de IRC. Recomendo vivamente a leitura de um estudo recente de Chomsky sobre o tema na “inevitabilidade” – no qual explica as dez estratégias para a persuasão.

Dia 19 de Março teremos uma nova jornada de luta. Mostremos que não aceitamos essas “inevitabilidades”, de que existem outras soluções (que existem!), de que recusamo-nos a ser explorados e oprimidos pelas políticas de direita que nos governam desde Novembro de 1975. “Vozes ao alto, vozes ao alto, unidos como os dedos da mão” (excerto de “Jornada”), como escreveu José Gomes Ferreira e musicou Fernando Lopes-Graça, a Vitória final é nossa: do povo! O povo unido jamais será vencido!


Fernando Barbosa Ribeiro

terça-feira, 8 de março de 2011

100 ANOS DO DIA DA MULHER & 90 ANOS DO PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS


(texto originalmente publicado no blogue “Liberdade e Cidadania”, para o qual contribuo)

Este sincero contributo é dedicado a todos os meus camaradas (simpatizantes e/ou militantes do Partido Comunista Português) e a todas as mulheres que prosseguem na luta por uma vida mais justa e mais digna. As minhas saudações!

Estive para comentar, há tempos, por esta ligação que posso ter com os meus caros amigos leitores, algo que no comício do PCP na Aula Magna no passado dia 4 de Março foi atenuado. Esse comentário destinava-se a uma tentativa de analisar o discurso do Partido. Apesar de tudo, de forma mais ténue, não deixarei de expor parte do meu ponto de vista, já partilhado por alguns.
Sobre o comício a que fiz alusão, devo sublinhar a emoção despertada em todos os Comunistas… naqueles que viveram os tempos do fascismo, e naqueles como eu que não o viveram “na pele” mas que o vivem diariamente na alma. Confesso que fiquei profundamente emocionado não só com a participação gloriosa do Coro Lopes-Graça, bem como com o vídeo organizado pelo Partido e exposto ao público na Aula Magna. Um vídeo que transportou-nos aos tempos da profunda luta contra o fascismo, às vidas de tantos camaradas (uns anónimos, outros nem tanto) que deram a vida pela morte do fascismo e pela implantação de uma verdadeira Democracia Socialista (que infelizmente tem sido chacinada desde Novembro de 1975, e tal genocídio prossegue nos dias de hoje), ao sentimento que tantos partilharam aquando da Revolução (e que sentimento… literalmente, chora-se de alegria), à maravilhosa Reforma Agrária que se lhe seguiu… e depois às infelicidades que surgiram e que continuam actualmente, aos golpes praticados contra a Revolução de Abril, contra os seus valores, contra todos aqueles que lutaram para que Abril tivesse acontecido. Como vêem, não faço justiça ao dizer apenas que aquele comício despertou uma forte emoção a todos os presentes. Após a exposição do vídeo, foi a altura das intervenções, das quais tenho que sublinhar a de Jerónimo de Sousa, para poder estabelecer o elo de ligação àquilo que pretendo dizer-vos a seguir. Neste discurso, Jerónimo de Sousa não se limitou a “discursar” como tantos outros políticos fazem: falou “com” os presentes e aqueles que quiseram ouvi-lo, e não apenas “para” eles. Comentou-se, como não podia deixar de ser, alguma actualidade como a recente submissão do nosso Primeiro-Ministro à Alemanha e à União Europeia – tendo ele estendido o barrete para pedir esmola à chanceler Merkel, parafraseando o discurso do secretário-geral do PCP.

Discuti com algumas pessoas, e entre elas algumas concordaram comigo. Mas não sou o iluminado que chegou à conclusão… apenas dou continuidade à luz que despertaram. No meu caso particular, foi com a intervenção de um camarada da minha organização que “vi a luz” (ou “uma parte da luz”) do problema que existe com o meu nosso Partido. Esse, é o teor discursivo. A ver de alguns, e que partilho, o Partido fala muito para os seus militantes, mas esquece-se de que há muitos que não são militantes… e isso é condição suficiente para que não percebam e/ou não concordem com os pontos de vista proferidos pelo PCP. Por mais que estes temas sejam estudados e aprofundados, não é toda a gente que compreende a nossa opinião (“nossa”, do PCP – visto que sou militante deste Partido) sobre os “mercados internacionais”, sobre “as políticas de direita”, entre outros temas. E não basta proferir os nossos pontos de vista por meias palavras, pois nem todos são conhecedores da plenitude das nossas opiniões, projectos, propostas, etc. Ou seja: o Partido tem que se dirigir mais ao povo em geral. E uma coisa que eu acrescento, é a escassa intervenção praticada junto da população – seja qual for o motivo para tal (porque há vários, mas não me irei prolongar sobre isso não só porque não devo, como também porque acho escusado para este sincero contributo). Não basta (não deixando de ser necessário) que se coloque as nossas propostas (escritas em papeis de diversos tamanhos e grafismos) nas caixas de correio da população e ter a esperança de que esta leia, perceba e concorde. Para começar, a maioria não lê… posso falar pelo universo do prédio onde moro, e onde sou indirectamente discriminado desde que souberam da minha filiação política aquando fiz parte das listas de candidatos à freguesia onde moro, que só num ou em dois pisos deste lêem (ou não deitam fora no nosso contentor…) o que partilhamos com eles; ao mostrar a amigos e/ou à minha família, por vezes levantam-me questões pertinentíssimas e cujos temas devem ser melhor explicados nos comunicados; por fim, dependendo da explicação e do cérebro de quem a recebe, talvez concordem.

Mas isto é extremamente genérico… se o caro amigo leitor me permite, vou-me cingir agora a um universo que considero mais importante… os jovens, quer os da minha geração, quer os de geração imediatamente posterior, quer os de gerações mais novas que a minha. Procurando estudar sociologicamente a sociedade que me rodeia, verifico que, em bom português, os jovens deste país não querem saber de Política para nada (salvo raras excepções, nas quais me incluo pois desde os 12 anos que me interesso por Política, desde os 14 anos que procurei um partido com que me identificasse, e só aos 17 anos encontrei-o e desde então que estou com ele como militante – o Partido Comunista Português; foi por decisão estritamente pessoal, e sem quaisquer influências, que me juntei ao PCP). Aliás, diga-se de passagem, os jovens querem cada vez mais saber menos… seja do que for. Mas por culpa de quem? Posso adiantar desde já que a culpa não é estritamente dos pais (apesar de estes não deixarem de ser culpados). Basta analisar-se o que passa nos nossos meios de comunicação social (principalmente a televisão) para compreendermos o porquê – mas só para começar. Ou é aquilo a que chamo o “programa idiota”, ou são as toneladas de publicidades para jogos e outros tipos de consumismo, ou é a falta de programas educativos… enfim, uma autêntica lista de Schindler. No meu tempo (tenho 20 anos de idade), ainda havia desenhos animados de cariz educativo, e até programas “para divertir” com algum cariz educativo… hoje, a chamada “Geração DragonBall” e posteriores carece desses programas. Mesmo em brinquedos, só vemos aquilo a que chamo “brinquedos para a estupidez”, destacando as consolas cujos jogos, na sua plenitude, são de guerra e violência desmedidas. Podem chamar-me de antiquado… mas há quem me chame de racional, contra a ideia daqueles que me chamam de antiquado. Não maço os meus amigos leitores com a experiência pessoal, descrevendo com o que é que me divertia – mas terei todo o gosto em expô-lo em local mais próprio.

Outro dos problemas é o combate massivo à Educação. Como disse há tempos Medina Carreira, Portugal parece uma fábrica de doutores. Eu corrijo este argumento, pois não vejo doutores nenhuns. Vejo muitos com o título, mas muito poucos com o mérito – e portanto, não há doutores, mas sim muitos DR’s (leia-se “dê-erres”). Eu frequento a licenciatura de Direito (sou terceiranista no regime de Bolonha dos 4 anos de licenciatura), e acho ridículo que se possa ser licenciado em Direito em apenas 3 anos. Aliás, já acho ridículo o regime em que me obrigam a frequentar a licenciatura – sou apologista do antigo regime em que a licenciatura era de mais anos. A preparação e o Ensino eram diferentemente melhores, apesar de não serem perfeitos (nunca o foram). E portanto, como é bom de ver, concordo com a opinião do Dr. António Marinho e Pinto, que penso seja bem conhecida e portanto não vou alongar-me expondo-a. Mas se este problema se limitasse ao Ensino Superior, menos mal… mas este defeito começa no próprio Ensino Básico. O incentivo à Cultura e à descoberta do Conhecimento por auto-recriação é nulo, e já no meu tempo era escasso. Trata-se os jovens como se fossem bebés, ao invés de os preparar para a vida futura e para o desenvolvimento pessoal. Elimina-se a opção de os jovens serem obrigados a pensar por si – sempre me recusei a que “me dessem a papinha à boca” (passo a expressão), mas hoje todos, inclusive os pais, fazem isso aos jovens. Fora outras questões. Que fazer?
As bases devem ser dadas em casa. Os pais têm que obrigar os filhos a pensar por si. Obviamente que não é desde que nascem, pois senão nem sequer seria possível aprender-se a andar. Mas a partir de umas bases mínimas (faça-se uma analogia para “teorias”), há que incentivá-los a desenvolverem essas mesmas bases (faça-se uma analogia para “práticas”). Lenin escreveu e disse: “A teoria sem a prática de nada vale, a prática sem a teoria é cega”. Reflictam sobre isto. Para os jovens, deixo um conselho, que é algo escrito por Karl Marx, que reflecte bem qual a minha opinião sobre o estado de Portugal actual e da sua juventude: “Os homens fazem a sua própria história, mas não o fazem como querem... a tradição de todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos”.

Para concluir, o Dia da Mulher. A sua história é um exemplo, e partilho-a convosco pois acredito que muitos a ignorem. No dia 8 de Março de 1857, as operárias de uma fábrica de tecidos situada na cidade norte-americana de Nova Iorque fizeram uma grande greve, tendo ocupado a fábrica e começado a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como a redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam então 16 horas de trabalho diário), a equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem para executar o mesmo tipo de trabalho), e o tratamento digno dentro do ambiente de trabalho. Diga-se de passagem que a manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num acto totalmente desumano. Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de Março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem às mulheres que morreram naquela fábrica em 1857. Mas esta data só foi oficializada no ano de 1975 pela ONU. É de facto importantíssimo assinalar esta data por aquilo que a luta destas mulheres (e de tantas outras como Catarina Eufémia, Carolina Beatriz Ângelo, e tantas outras por esse mundo fora).

A todos os Comunistas e a todas as mulheres, reitero as minhas saudações, com umas palavras que escrevi num dos projectos que tenho para futuros livros da minha autoria: “A vida sem luta é o perfeito estado de coma”.

Fernando Barbosa Ribeiro
(liberdadeecidadania.blogspot.com)

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

UM CASO DE POLÍCIA - por autor desconhecido


Partilho com os caros leitores uma excelente análise de autor desconhecido sobre as sondagens eleitorais realizadas pela Marktest.
Este contributo visa denunciar a fraude existente nas sondagens, e apoiar algo que tenho afirmado desde sempre (nunca o fiz neste espaço de diálogo até hoje - uma omissão gravíssima da minha parte!): as sondagens e os meios de comunicação social visam somente pré-eleger candidatos, apoiar os partidos maioritários e de direita, apoiar populistas, apoiar o neo-liberalismo, enfim auxiliar à construção da ponte para o regresso ao fascismo em Portugal.
As sondagens visam apenas desencorajar os mais indecisos e/ou os menos persistentes e lutadores por Abril a votarem no candidato certo / no partido político certo, e a manipular opiniões e sentidos de voto.
E este facto tem de ser combatido já - por Abril, por Portugal!

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"A Marktest realizou de 14 a 16 de Janeiro uma sondagem para o Diário Económico e TSF para analisar as intenções de voto nas eleições presidenciais do próximo domingo. Os resultados desta sondagem, que dá a Cavaco Silva uma folgada vitória à primeira volta, têm sido amplamente divulgados durante o dia de hoje por toda a comunicação social e foram até objecto de debates e fóruns em estações de rádio e televisão.


Ora vejamos a ficha técnica da pretensa sondagem:

1.O universo é a população com mais de 18 anos e que habita em residências com telefone fixo;

2.A amostra é constituída por um total de 802 inquiridos e foi estratificada por 6 grandes regiões:

2.1.Grande Lisboa 156 inquiridos (19,5% do total);
2.2.Grande Porto 88 inquiridos (11,0% do total);
2.3.Litoral Norte 155 inquiridos (19,3% do total);
2.4.Interior Norte 181 inquiridos (22,6% do total);
2.5.Litoral Centro 129 inquiridos (16,1% do total);
2.6.Sul, mesmo incluindo a Península de Setúbal, 93 inquiridos (11,6% do total).

3.Do total dos inquiridos 802, responderam a este inquérito 22,6%, ou seja 181 inquiridos. Destes 35,6% responderam não sabe/não responde, isto é, só 116 responderam efectivamente a este inquérito e mesmo dentro destes ouve alguns indecisos que foram distribuídos proporcionalmente aos que declaram sentido de voto.

Vejamos agora qual é, de acordo com os últimos dados do INE, a distribuição da população portuguesa pelas 6 grandes regiões, em que este inquérito foi estratificado:

•Na Grande Lisboa, reside 20% da população, no Grande Porto 12,7%, no Litoral Norte 20,1%, no Interior Norte 11,9%, no Litoral Centro 15,7% e no Sul 19,6%.

Em conclusão: a Marktest tendo por base a resposta de 100 inquiridos, foi este o nº avançado na TSF pelo Sr. Luís Queirós director da Marktest, e uma amostra que atribui aos residentes do Interior Norte um peso correspondente a quase ¼ da população do país, quando efectivamente o seu peso é de pouco mais do que 1/10 e atribuindo aos residentes na região Sul um peso de pouco mais de 1/10, quando o seu peso é de quase 1/5, conseguiu chegar aos brilhantes resultados que esta sondagem apresenta.

Com um pouco mais de esforço e esta sondagem ignorava a vontade dos cerca de 2 milhões de portugueses que residem a sul do País e atribuía aos residentes no Interior Norte, sempre tão esquecidos, um peso determinante no direito de decidir o sentido de voto de todos os portugueses.

Aquilo a que hoje assistimos, pelas suas possíveis implicações no sentido de voto de muitos portugueses, é um verdadeiro caso de polícia, que deveria obrigar as entidades responsáveis pelo acompanhamento destas pretensas sondagens a pura e simplesmente investigar aquilo que sucedeu e actuar, por forma a impedir que este tipo descarado de manipulações possa continuar a ser feito. Como se já não bastasse o silenciamento e deturpação, vêm agora empresas de sondagens que são autênticos burlões, procurar confundir e condicionar o sentido de voto de milhares e milhares de portugueses.

Lisboa, 19 de Janeiro de 2011"


Fernando Barbosa Ribeiro

O PERIGO DE VOTAR EM BRANCO NAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS


O caro leitor pode considerar-me um pouco contraditório e incoerente com este novo contributo... que não é mais do que uma cópia de um e-mail que recebi hoje (quinta-feira, 20 de Janeiro de 2011). Mas sou da opinião de que, acima de tudo, deve prevalecer a honestidade e a verdade!
Confesso que desconhecia o quão prejudicial poderia ser (e é), somente em eleições presidenciais (tanto quanto fui informado), votar em branco. Pois a fim de tentar corrigir o erro e de esclarecer honesta e sinceramente o caro leitor, publico este e-mail como ratificação à minha ulterior publicação.

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"Assunto: Informação sobre eleições para a PR\perigo do voto em branco

Um esclarecimento oportuno



Cara(o)s amiga(o)s



Gostaria de chamar a vossa atenção para o problema do voto em branco,
nas eleições presidenciais.

Isto, porque para além de continuarem a correr e-mails defendendo o
voto em branco, como acto de protesto, começam a correr boatos
especulativos, que chegam ao ponto de pretenderem fazer crer que, nas
presidenciais, se deve votar nulo em vez de em branco, pois o nulo é
que conta!...

Em minha opinião, está-se a tentar explorar o facto de, nestas
eleições, o voto em branco ter exactamente o mesmo valor que o voto
nulo, isto é zero!

De facto, nas presidenciais, o voto em branco não é considerado
validamente expresso (como pode ver em
www.cne.pt/dl/legis_lepr_2005.pdf )!

Já nas eleições presidenciais de há cinco anos, teria havido uma
segunda volta se o voto em branco fosse considerado validamente
expresso (Cavaco Silva 2.773.431 votos; Manuel Alegre + Mário Soares +
Jerónimo de Sousa + Francisco Louça + Garcia Pereira + brancos =
2.773.552 votos).

Quem não quiser votar em nenhum dos candidatos, mas quiser contribuir
para uma segunda volta das eleições presidenciais, não pode votar em
branco (estará a anular o voto), não pode anular o voto, pois isso
terá o mesmo efeito da abstenção. Quem quiser, acima de tudo, forçar a
uma segunda volta, terá de votar num dos candidatos que não se
perfilarem como hipotéticos vencedores, à primeira volta.

Mesmo que não tenha muita vontade de o fazer, terá de votar num
candidato, seja ele qual for, desde que não seja o que aspira a ser
eleito à primeira volta...

Só assim, o seu voto poderá contribuir para que não haja 50 por cento
mais um dos votos validamente expressos, na primeira volta!

Se quer contribuir, não hesite!

Divulgue esta informação e vote válido!

Cordiais saudações

Vasco Lourenço



P.S. Já contactámos a Comissão Nacional de Eleições, mas ainda não
recebemos quaisquer informações, nem detectámos qualquer campanha
informativa sobre o assunto."



Fernando Barbosa Ribeiro

sábado, 15 de janeiro de 2011

AO VOTO ÀS URNAS



(texto originalmente publicado no blogue "Liberdade e Cidadania", no qual contribuo)

Eleição Presidencial

Não se deite fora uma das mais importantes conquistas de Abril: o direito e dever cívico ao voto!

De regresso a este espaço de diálogo e democrático, dedico este sincero contributo a uma análise sociológica e política, a propósito das eleições presidenciais que se aproximam.

No dia 23 de Janeiro, o povo português terá a oportunidade de expressar a sua indignação para com as políticas Capitalistas, Imperialistas, de direita, neo-liberalistas, e atentatórias aos valores de Abril e à verdadeira Democracia. Mas, analisando o campo de batalha, poucos expressam vontade em fazê-lo. E porquê? Porque “todos são iguais”. Se me for permitido, e sem quaisquer intenções de defender algum candidato em particular, nego-o. Nem todos são iguais. No mínimo, existem duas excepções: uma personalidade e um acto eleitoral. Adianto desde já que o acto eleitoral a que me refiro é o voto em branco – a única forma de protesto que existe, no campo eleitoral, para manifestar o seu descontentamento para com todos os candidatos sem excepção. Posta esta explicação (que já tinha formulado anteriormente neste mesmo espaço), não sou capaz de implorar (porque o meu feitio não me permite tal), mas peço que o caro leitor não se abstenha… a abstenção é a concordância, o conformismo, a aceitação de quem os outros elegerem. Com a abstenção, perde-se a legitimidade de protestar contra quem foi eleito… porque contribui-se, através deste acto, para a sua eleição. Aplaudo o país (seja o Governo, sejam os meios de comunicação social, sejam os cidadãos individualmente) no que respeita ao incentivo ao voto – isso é o correcto. Se fosse na Alemanha, cada abstencionista pagaria uma coima pesadíssima, entre outras medidas de coacção… não aprovo nem reprovo tal, pois divido-me. Aprovo pois combate a abstenção, mas reprovo porque comete-se um crime, tal como referi. O voto não deve ser coagido, mas sim de livre vontade e determinação de cada um. E ao contrário da “lei” que rege o método de Hundt (para o cálculo dos votos), cada voto tem a sua importância, um voto pode fazer a diferença! Nas eleições presidenciais, irei exercer um cargo nas mesas de voto do local onde cheguei a fazer parte das listas de candidatos à autarquia onde me encontro recenseado, em 2009… e desejo fortemente ver muitos votos, sejam eles quais forem (votos em branco ou votos nos diversos candidatos), só isso iria traduzir-se no sucesso dos sinceros contributos de tantos patriotas e democratas que apelam ao voto. O país agradecer-vos-á por isso, garanto-vos!

Quanto ao candidato-excepção, duvido que alguém desconheça quem apoio (principalmente porque recentemente apareci em todos os meios de comunicação social televisivos a apoiá-lo). Mas independentemente disso, sugiro que ponham à prova (passo a expressão) a vossa inteligência e memória. Cavaco Silva, enquanto Primeiro-Ministro e enquanto Presidente da República foi um autêntico desastre – disso já não há dúvidas (espero eu!). Para mais que soube-se, recentemente, que investiu em acções enquanto no BPN… sabe-se lá para quê… e com dinheiros do Estado. Ou seja: na minha opinião, quem vota nele, duvido que tenha as ideias bem assentes na terra. E mais recentemente, descobriu-se (e encontra-se disponível na Torre do Tombo) as suas folhas para a PIDE, a denunciar um parente e a demonstrar a sua fidelidade ao Estado Novo… verdadeiros democratas e patriotas não votam Cavaco Silva! Cabe analisar-se os restantes. No meu espaço pessoal (Abyssus Lusitanis – O Abismo de Portugal), já tive a oportunidade de analisar mais ostensivamente cada um deles, pelo que neste espaço irei tentar ser mais sucinto.

Fernando Nobre aprecia a chantagem emocional, invocando os militares de Abril como se estivesse a homenageá-los. Antes de mais, recordo que este candidato já exerceu cargos nos partidos centralistas (PS e PSD) – além de chantagista, mente (o que é ainda mais grave). E isto que acabo de afirmar pode ser facilmente provado, através de uma simples pesquisa no motor Google (foi como eu fiz). Excelente médico? Não tenho dúvidas. Mas como candidato a representante do nosso país, não me atrevo minimamente a pôr as minhas mãos no incêndio. Maior incoerente, é quase impossível – hoje diz que defende uma coisa, amanhã já diz que não defende essa mesma coisa e acusa de serem mentirosos aqueles que recordam tal facto.
Manuel Alegre é um excelente poeta (sem dúvidas nenhumas). Mas enquanto político é outro incoerente – enquanto deputado, foi contra Sócrates; há poucos dias, agora como candidato a Presidente da República, defendeu-o e apoiou-o. Mas é coerente numa coisa: foi (e duvido que não continue a ser) um apoiante da “maioria silenciosa” de Spínola, que tentou derrubar o processo revolucionário de Abril. Portanto, pode ser alegre, mas a mim não me dava alegria nenhuma que fosse eleito…
Defensor Moura… quem é ele? Outro do Partido “Socialista”. É escusado avançar com mais coisas… basta isso.
José Manuel Coelho, do PND, madeirense, que com o hastear da bandeira nazi no parlamento regional da Madeira demonstrou o que defende: o populismo. Além desta análise, pode-se dizer que foi, passo a expressão, “um coelho saído da cartola” para estas eleições – visto que até à aprovação da sua candidatura pelo Tribunal Constitucional nunca se tinha ouvido falar dele enquanto candidato às presidenciais. Actualmente, ouvem-se murmúrios e nada mais. Por mais boas intenções que tenha para o nosso país, tenho sérias dúvidas que tenha mais votos que os já conhecidos pelo próprio da Madeira.
Por fim, aquele em quem vou votar. Francisco Lopes, um homem que não era muito conhecido, deputado na Assembleia da República pelo Partido Comunista Português. Mas tudo tornou-se mais claro na campanha: de facto, não é falso quando se diz que votar Francisco Lopes é um voto patriota, de esquerda, e por um país melhor. Este sim apresenta propostas concretas, possíveis (para os poderes de um Presidente da República de Portugal), e sempre em defesa dos valores de Abril, da soberania nacional, do combate ao poder dos mercados financeiros sobre Portugal, em defesa da independência nacional (quem diria que voltaríamos, após 1640, a ter que falar nisto???), a favor da Reforma Agrária para impulsionar (ou melhor, ressuscitar!) a produção nacional. Por isto tudo, e muito mais, é o meu candidato.

Sugiro seriamente uma leitura – “O Analfabeto Político” de Bertold Brecht. Infelizmente, tudo o que este autor escreveu é actualíssimo, mas a este propósito sugiro esta leitura, seguida de uma profunda reflexão. Portugueses, não deixem de votar, não se abstenham. Hitler (para os adormecidos: o führer, o ditador alemão, o nazi) afirmou uma vez (e ficou escrito) o seguinte: “que sorte para os ditadores que os homens não pensem”. Portugal: demonstra que pensas, votando! E votando numa mudança, numa ruptura com estas políticas anti-Abril! Sim, a Revolução também se faz através do voto!


Fernando Barbosa Ribeiro
(liberdadeecidadania.blogspot.com)