"O QUE FAZEMOS POR NÓS PRÓPRIOS MORRE CONNOSCO, MAS O QUE FAZEMOS PELOS OUTROS E PELO MUNDO PERMANECE. E É IMORTAL." (ALBERT PINE)

Museu José Manuel Soares (Casa da Cultura - Pinhel, Guarda)

Museu José Manuel Soares (Casa da Cultura - Pinhel, Guarda)
A equipa de "ABYSSUS LUSITANIS - O Abismo de Portugal" apoia e procura auxiliar a divulgação e convidar os nossos leitores a visitar o Museu José Manuel Soares (Casa da Cultura), em Pinhel (Guarda).

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

MENSAGEM DE ANO NOVO (2015)




Uma vez finalizada a minha dissertação de Mestrado, e encontrando-nos quase no primeiro dia do Ano Novo (2015), após longa ausência, regresso com um contributo para o caro leitor – obviamente, e como é expectável, com (mais) uma mensagem de Ano Novo.

Subscrevendo a mensagem que um amigo me deixou, 2014 foi um ano para enterrar/cremar bem: foi o ano dos abusos e dos extremos de todos os nossos (des)governantes. Inventaram-se impostos e taxas, e ora modificaram-se para pior, ora aumentaram-se, impostos e taxas já existentes. A Constituição da República Portuguesa – para os “amigos”, e com justiça: Lei Fundamental – foi severamente (mais que é costume) violada e agredida.
Por fim – refira-se – o Pinóquio passou definitivamente de moda… pois as políticas levadas pelos mesmos de sempre (isto é, PS, PPD/PSD e CDS-PP), bem como os “novos-políticos” (dos partidos mais recentes e dos partidos já mais-ou-menos históricos mas que nem assento parlamentar possuem), demonstram que há quem consiga ter narizes com quilómetros de extensão. Está a pensar-se fazer uma “ponte dourada” de Lisboa a Lisboa (ou seja, a contornar todo o planeta Terra) com o nariz que for melhor/mais bonito – porque em tamanho variam pouco.

No dia 30 de Dezembro, tratando de assuntos diversos numa Loja do Cidadão, deparei-me com um novo flagelo: os “Novos Bancos” do futuro… nada mais, nada menos, que as novíssimas empresas (portanto, estou a excluir as que possuam já assento no mercado, inclusive em Portugal) fornecedoras de gás natural e/ou electricidade. Aliás, especificamente uma, cujo nome não referirei publicamente para evitar incómodos escusados.
Resultado: caem como chuva as pessoas – na sua maioria, o que é ainda mais grave!, idosas – que se encontram a ser descaradamente assaltadas por essa empresa. O que se passa: para qualquer empresa, existe a leitura presencial dos contadores por um funcionário da empresa em causa… de resto, as leituras são “por estimativa”, ou seja baseiam-se na média de gastos tidos durante algum tempo (não sei precisar quanto é) para cobrar um valor ao cliente. Em alternativa às duas hipóteses apresentadas, temos a leitura conferida via telefónica e/ou deixando um papelinho colado na porta com a leitura escrita pelos clientes.
Pois a empresa em causa insiste em cobrar sempre por estimativas… e mais grave: por estimativas extremamente mais altas que o habitualmente visto. A título de exemplo (de um dos que comigo desabafou – e cuja carta refere, portanto estou 100% seguro de não estar a difamar a empresa!), para um consumo que seria de (aproximadamente) 200€ de gás natural, a empresa cobra (repito: por estimativa elevada) cerca de 350€. Mais grave ainda: é a segunda ou terceira vez consecutiva que o faz! E da primeira, o cliente reclamou presencialmente – e deram-lhe razão, afirmando que o iriam indemnizar por transferência bancária. Resultado: os “correios” devem encontrar-se encerrados, pois a indemnização ainda não chegou.
(Faça-se uma correcção meramente técnica: as pessoas referiam indemnização; não sei o que os funcionários da empresa diziam; mas não se trata, verdadeiramente, de uma indemnização: trata-se, outrossim, de uma devolução do valor cobrado em excesso. Uma indemnização seria, por exemplo, além de devolverem o valor cobrado em excesso, pagarem uma quantia pelos incómodos causados que nada teria a ver com aquele valor – ou seja, extra-valor)

Onde quero chegar, indirectamente: que água-no-bico traz a conversa da “liberalização do mercado” sobre os fornecedores de electricidade e de gás natural? Confesso: desconheço.
Ou melhor, não desconheço: é mais uma forma de capitalizar aquilo que seria – se não fosse o golpe de 25 de Novembro de 1975 – (tendencialmente) gratuito. E que seria, igualmente, do Estado, e não de privados – ou seja, de grandes “barões” dos recursos indispensáveis a qualquer ser humano!

E sem esquecer a (tentativa de) privatização da TAP, dos transportes públicos urbanos, entre outras tantas coisas. Qual a táctica? Simples: tornar os serviços prestados alvo de reclamações (e com justiça), para que se possa dizer que “nas mãos dos privados funcionará melhor”… antes pelo contrário, caro leitor: funcionará bem pior! Exemplo excelente disso, que eu conheça, é a empresa Scotturb (em Cascais), onde os preços são uma exploração nojenta, e os horários e carreiras não servem convenientemente a população. A empresa é de autocarros… e é privada!
Já em Lisboa, a Carris (ainda pública – até ver!) pratica menos de metade dos preços e tem melhores serviços. Excepto num facto, que deve ser apontado: os eléctricos 25 e 28. À noite, quem quiser usufruir de uma dessas carreiras… numa palavra, desencarreira-se! Uma vez que por cada 4 (quatro) eléctricos 25, mais cada 2 (dois) eléctricos 28 com destino à Graça, só 1 (um) eléctrico 28 é que tem por destino o Martim Moniz… e que vem sobrelotado de passageiros (desde a paragem Prazeres, a de início)!!!
O Metro de Lisboa (ainda público – até ver!), na linha verde – só a linha de maior movimento durante todos os dias e a toda e qualquer hora – reduziram o número de carruagens. Resultado: a toda a hora, encontra-se sobrelotado de passageiros!!! O Partido Comunista Português tentou lutar contra isto, e apelou às populações que se juntassem a essa luta (através de uma petição)… resultado: os carneiros andam mal-mortos e a ver/raciocinar MAL, senão a situação não teria chegado onde chegou.
O encerramento de diversos serviços dos Correios (CTT) foi outra grande manobra. Pior: há carteiros com a clara intenção de denegrir o nome dos CTT, fazendo o correio não chegar à população! (resolvi o meu problema, falando pessoalmente com o responsável dos CTT da minha área – que não é o da sede dos CTT onde levanto as minhas encomendas... nem é deixando 28 reclamações no Livro de Reclamações, que eu já havia feito!)

Portanto… agora, a mensagem (em concreto) de Ano Novo que deixo ao caro leitor: mais vale a lágrima da derrota que a vergonha de não lutar. Quem luta nem sempre ganha, mas quem não luta perde sempre.
Faça-se de 2015 um ano de lutas incessantes, até que seja alcançada a vitória dos valores que no 25 de Abril foram colocados como metas a atingir, e que o golpe de 25 de Novembro e subsequentes políticas fascistas até aos nossos dias fazem por destruir diariamente.

Lutemos, por um Portugal melhor!
Votos sinceros de um Ano Novo melhor.

Fernando Barbosa Ribeiro

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