Uma
vez finalizada a minha dissertação de Mestrado, e encontrando-nos quase no primeiro
dia do Ano Novo (2015), após longa ausência, regresso com um contributo para o
caro leitor – obviamente, e como é expectável, com (mais) uma mensagem de Ano
Novo.
Subscrevendo
a mensagem que um amigo me deixou, 2014 foi um ano para enterrar/cremar bem:
foi o ano dos abusos e dos extremos de todos os nossos (des)governantes.
Inventaram-se impostos e taxas, e ora modificaram-se para pior, ora aumentaram-se,
impostos e taxas já existentes. A Constituição da República Portuguesa – para os
“amigos”, e com justiça: Lei Fundamental – foi severamente (mais que é costume)
violada e agredida.
Por
fim – refira-se – o Pinóquio passou definitivamente de moda… pois as políticas
levadas pelos mesmos de sempre (isto é, PS, PPD/PSD e CDS-PP), bem como os “novos-políticos”
(dos partidos mais recentes e dos partidos já mais-ou-menos históricos mas que
nem assento parlamentar possuem), demonstram que há quem consiga ter narizes
com quilómetros de extensão. Está a pensar-se fazer uma “ponte dourada” de
Lisboa a Lisboa (ou seja, a contornar todo o planeta Terra) com o nariz que for
melhor/mais bonito – porque em tamanho variam pouco.
No
dia 30 de Dezembro, tratando de assuntos diversos numa Loja do Cidadão,
deparei-me com um novo flagelo: os “Novos Bancos” do futuro… nada mais, nada
menos, que as novíssimas empresas (portanto, estou a excluir as que possuam já
assento no mercado, inclusive em Portugal) fornecedoras de gás natural e/ou
electricidade. Aliás, especificamente uma, cujo nome não referirei publicamente
para evitar incómodos escusados.
Resultado:
caem como chuva as pessoas – na sua maioria, o que é ainda mais grave!, idosas –
que se encontram a ser descaradamente assaltadas por essa empresa. O que se
passa: para qualquer empresa, existe a leitura presencial dos contadores por um
funcionário da empresa em causa… de resto, as leituras são “por estimativa”, ou
seja baseiam-se na média de gastos tidos durante algum tempo (não sei precisar
quanto é) para cobrar um valor ao cliente. Em alternativa às duas hipóteses
apresentadas, temos a leitura conferida via telefónica e/ou deixando um
papelinho colado na porta com a leitura escrita pelos clientes.
Pois
a empresa em causa insiste em cobrar sempre por estimativas… e mais grave: por
estimativas extremamente mais altas que o habitualmente visto. A título de
exemplo (de um dos que comigo desabafou – e cuja carta refere, portanto estou
100% seguro de não estar a difamar a empresa!), para um consumo que seria de
(aproximadamente) 200€ de gás natural, a empresa cobra (repito: por estimativa
elevada) cerca de 350€. Mais grave ainda: é a segunda ou terceira vez
consecutiva que o faz! E da primeira, o cliente reclamou presencialmente – e deram-lhe
razão, afirmando que o iriam indemnizar por transferência bancária. Resultado:
os “correios” devem encontrar-se encerrados, pois a indemnização ainda não
chegou.
(Faça-se
uma correcção meramente técnica: as pessoas referiam indemnização; não sei o
que os funcionários da empresa diziam; mas não se trata, verdadeiramente, de
uma indemnização: trata-se, outrossim, de uma devolução do valor cobrado em
excesso. Uma indemnização seria, por exemplo, além de devolverem o valor
cobrado em excesso, pagarem uma quantia pelos incómodos causados que nada teria
a ver com aquele valor – ou seja, extra-valor)
Onde
quero chegar, indirectamente: que água-no-bico traz a conversa da “liberalização
do mercado” sobre os fornecedores de electricidade e de gás natural? Confesso:
desconheço.
Ou
melhor, não desconheço: é mais uma forma de capitalizar aquilo que seria – se não
fosse o golpe de 25 de Novembro de 1975 – (tendencialmente) gratuito. E que
seria, igualmente, do Estado, e não de privados – ou seja, de grandes “barões”
dos recursos indispensáveis a qualquer ser humano!
E
sem esquecer a (tentativa de) privatização da TAP, dos transportes públicos
urbanos, entre outras tantas coisas. Qual a táctica? Simples: tornar os
serviços prestados alvo de reclamações (e com justiça), para que se possa dizer
que “nas mãos dos privados funcionará melhor”… antes pelo contrário, caro
leitor: funcionará bem pior! Exemplo excelente disso, que eu conheça, é a
empresa Scotturb (em Cascais), onde os preços são uma exploração nojenta, e os
horários e carreiras não servem convenientemente a população. A empresa é de
autocarros… e é privada!
Já
em Lisboa, a Carris (ainda pública – até ver!) pratica menos de metade dos
preços e tem melhores serviços. Excepto num facto, que deve ser apontado: os
eléctricos 25 e 28. À noite, quem quiser usufruir de uma dessas carreiras… numa
palavra, desencarreira-se! Uma vez que por cada 4 (quatro) eléctricos 25, mais
cada 2 (dois) eléctricos 28 com destino à Graça, só 1 (um) eléctrico 28 é que
tem por destino o Martim Moniz… e que vem sobrelotado de passageiros (desde a
paragem Prazeres, a de início)!!!
O
Metro de Lisboa (ainda público – até ver!), na linha verde – só a linha de
maior movimento durante todos os dias e a toda e qualquer hora – reduziram o
número de carruagens. Resultado: a toda a hora, encontra-se sobrelotado de
passageiros!!! O Partido Comunista Português tentou lutar contra isto, e apelou
às populações que se juntassem a essa luta (através de uma petição)… resultado:
os carneiros andam mal-mortos e a ver/raciocinar MAL, senão a situação não
teria chegado onde chegou.
O
encerramento de diversos serviços dos Correios (CTT) foi outra grande manobra.
Pior: há carteiros com a clara intenção de denegrir o nome dos CTT, fazendo o
correio não chegar à população! (resolvi o meu problema, falando pessoalmente
com o responsável dos CTT da minha área – que não é o da sede dos CTT onde
levanto as minhas encomendas... nem é deixando 28 reclamações no Livro de
Reclamações, que eu já havia feito!)
Portanto…
agora, a mensagem (em concreto) de Ano Novo que deixo ao caro leitor: mais vale
a lágrima da derrota que a vergonha de não lutar. Quem luta nem sempre ganha,
mas quem não luta perde sempre.
Faça-se
de 2015 um ano de lutas incessantes, até que seja alcançada a vitória dos
valores que no 25 de Abril foram colocados como metas a atingir, e que o golpe
de 25 de Novembro e subsequentes políticas fascistas até aos nossos dias fazem
por destruir diariamente.
Lutemos,
por um Portugal melhor!
Votos
sinceros de um Ano Novo melhor.
Fernando
Barbosa Ribeiro
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