O caro leitor deve achar este um título curioso… vem a propósito, garanto.
Foi sem qualquer surpresa, mas de forma chocante, que há pouco tempo li uma notícia terrível (de entre outras tantas…): um milhão e duzentos mil desempregados em Portugal (traduzo por números, que faziam a primeira página do Diário de Notícias à data: 1.200.000 desempregados). Mas o facto é que este número é diminuto em relação à realidade… como já tive a oportunidade de deixar bem claro, não gosto que me vendam Troika por Coelho… este número é tão somente o de desempregados inscritos para efeitos de procura de emprego. Ou seja, não se encontram contabilizados aqueles que querem e procuram emprego e não se encontram inscritos (por caducidade, por lapso, por erro informático ou por uma última modalidade que exporei em seguida e que é totalmente sarcástica a meu sincero ver) nas entidades “próprias” para o efeito. Qual é a modalidade actual que considero totalmente sarcástica: algo que nasceu com a Portaria 164/2011 de 18 de Abril (cuja antecessora foi a Portaria 128/2009 de 30 de Janeiro), que consiste na formação de desempregados noutras áreas que não as das suas qualificações e na consequente inserção num emprego por tempo limitado, tudo determinado pelo IEFP (Instituto do Emprego e Formação Profissional). A meu sincero ver, tal não passa de um logro para enganar os mais desatentos: analisando bem as portarias (principalmente, por razões mais ou menos óbvias, a mais recente), tal actividade promove, de facto, que o desempregado deixe de ser um beneficiário do subsídio de desemprego… mas que, na prática, continue a ser um desempregado, pois tais actividades que este virá a desenvolver são de termo certo (ou seja, com prazo fixado), apesar de o contrato poder ser renovado. Pergunto ao caro leitor se esta não é, como eu a considero, uma medida sarcástica para poder bradar que o desemprego diminuiu... isto faz-me lembrar a medida sarcástica (mas positiva/boa, ressalve-se e sublinhe-se) de António de Oliveira Salazar para combater o analfabetismo em Portugal, a qual consistiu na criação da figura das popularmente designadas como “regentes” (por haver falta de professores à época) e dos metodólogos (que eram, recordo, os professores que ensinavam os adultos por forma a terem o equivalente à antiga quarta classe), mantendo quase impossível o acesso às universidades (e até mesmo, para alguns, aos liceus e escolas preparatórias – sendo estes casos mais raros; o que era mais comum nestes casos era, devido à forte pobreza das famílias, os jovens terem necessidade de começar a trabalhar (e a deixar de estudar) bem novos com o fim de tentar conseguir “pôr comida na mesa”), ou seja mantendo o Ensino elitizado.
Como bem pode ver, caro leitor, não é por mero acaso que acuso todos os Governos PS, PSD/PPD e CDS-PP de sarcásticos. Pois nada mais fizeram do que taparem disparates com medidas que são mais ou menos (conforme os casos) boas, tal qual era prática recorrente nos negros tempos do Estado Novo. Conclusão: o número de desempregados em Portugal é bem maior que os supra referidos 1.200.000 trabalhadores.
Outra ainda mais grave: o retrocesso civilizacional no que diz respeito à saúde começa a mostrar efeitos, através da morte. No tempo do fascismo em Portugal era comum falecer-se devido às (actualmente consideradas) mais disparatas causas (como, por exemplo, uma “simples” pneumonia). O Sistema Nacional de Saúde encontra-se cada vez mais agredido por estas políticas de direita prosseguidas desde Novembro de 1975, e o resultado é cada vez mais visível. Ou será que o caro leitor pensa que é por mero acaso que re-encontramos mortos devido a gripes e pneumonias actualmente fáceis de curar e tratar, e que a elitização do acesso à Saúde também contribui (mas não só, nem maioritariamente – por mais infeliz que consideremos) para o abandono de idosos nas casas e/ou nos lares? Depois queixem-se que tais notícias (as últimas que referi) são chocantes… mas não digam que nos tempos idos(?) do fascismo português não havia nada disto (ou melhor… o que não havia era a liberdade de informar os portugueses de tais factos – porque os factos já existiam, garanto-vos!), é o desafio que vos faço.
Os valores patrióticos de Abril são cada vez mais violados e agredidos – veja-se agora, mais recentemente, a merecidamente cognominada “Lei dos Despejos” (isto é, as reformas ao Regime do Arrendamento Urbano – quer para fins habitacionais, quer para outros fins), um forte exemplo de que o intuito do Capitalismo é tão-somente exterminar (é a expressão rigorosa e correcta!) quem gera despesa aos interesses da direita e dos grandes monopólios Capitalistas – tradução de tudo isto que referi até agora: reinstituir o extermínio praticado pelas políticas nazi-fascistas mas de forma mais asseada e discreta, ao mesmo tempo que está à vista de todos e ninguém vê (irónico).
Dia 22 de Março, desta vez sem a traidora dos trabalhadores portugueses (claro que me refiro à UGT – União Geral dos Trabalhadores), realiza-se a terceira Greve Geral portuguesa do século XXI. Esta conta com o apoio de todos os trabalhadores que não se identifiquem com estes pactos de agressão, com o Partido Comunista Português, e com a sua promotora, a CGTP-IN (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional).
Se é um dos incorformados com tudo isto e muito mais, para quê matutar mais no assunto e de braços cruzados? Caro leitor: JUNTE-SE À FORÇA DA RAZÃO! Junte-se a quem defende Portugal, junte-se a quem de facto defende os verdadeiros valores de Abril, lute ao lado do proletariado, lute como nós lutamos e a nosso lado: para e pelos trabalhadores e povo português! Dia 22 de Março, não permita que a sua vida, já difícil, se torne mais difícil: faça Greve!
Se nada fizer contra estas políticas, se ficar de braços cruzados, uma coisa é garantida e certa: contribuiu para a sua sentença, para ficar condenado a assistir a um Portugal cada vez mais desigual. Contribuirá, caro leitor, para um Portugal mais assassinado.
Foi sem qualquer surpresa, mas de forma chocante, que há pouco tempo li uma notícia terrível (de entre outras tantas…): um milhão e duzentos mil desempregados em Portugal (traduzo por números, que faziam a primeira página do Diário de Notícias à data: 1.200.000 desempregados). Mas o facto é que este número é diminuto em relação à realidade… como já tive a oportunidade de deixar bem claro, não gosto que me vendam Troika por Coelho… este número é tão somente o de desempregados inscritos para efeitos de procura de emprego. Ou seja, não se encontram contabilizados aqueles que querem e procuram emprego e não se encontram inscritos (por caducidade, por lapso, por erro informático ou por uma última modalidade que exporei em seguida e que é totalmente sarcástica a meu sincero ver) nas entidades “próprias” para o efeito. Qual é a modalidade actual que considero totalmente sarcástica: algo que nasceu com a Portaria 164/2011 de 18 de Abril (cuja antecessora foi a Portaria 128/2009 de 30 de Janeiro), que consiste na formação de desempregados noutras áreas que não as das suas qualificações e na consequente inserção num emprego por tempo limitado, tudo determinado pelo IEFP (Instituto do Emprego e Formação Profissional). A meu sincero ver, tal não passa de um logro para enganar os mais desatentos: analisando bem as portarias (principalmente, por razões mais ou menos óbvias, a mais recente), tal actividade promove, de facto, que o desempregado deixe de ser um beneficiário do subsídio de desemprego… mas que, na prática, continue a ser um desempregado, pois tais actividades que este virá a desenvolver são de termo certo (ou seja, com prazo fixado), apesar de o contrato poder ser renovado. Pergunto ao caro leitor se esta não é, como eu a considero, uma medida sarcástica para poder bradar que o desemprego diminuiu... isto faz-me lembrar a medida sarcástica (mas positiva/boa, ressalve-se e sublinhe-se) de António de Oliveira Salazar para combater o analfabetismo em Portugal, a qual consistiu na criação da figura das popularmente designadas como “regentes” (por haver falta de professores à época) e dos metodólogos (que eram, recordo, os professores que ensinavam os adultos por forma a terem o equivalente à antiga quarta classe), mantendo quase impossível o acesso às universidades (e até mesmo, para alguns, aos liceus e escolas preparatórias – sendo estes casos mais raros; o que era mais comum nestes casos era, devido à forte pobreza das famílias, os jovens terem necessidade de começar a trabalhar (e a deixar de estudar) bem novos com o fim de tentar conseguir “pôr comida na mesa”), ou seja mantendo o Ensino elitizado.
Como bem pode ver, caro leitor, não é por mero acaso que acuso todos os Governos PS, PSD/PPD e CDS-PP de sarcásticos. Pois nada mais fizeram do que taparem disparates com medidas que são mais ou menos (conforme os casos) boas, tal qual era prática recorrente nos negros tempos do Estado Novo. Conclusão: o número de desempregados em Portugal é bem maior que os supra referidos 1.200.000 trabalhadores.
Outra ainda mais grave: o retrocesso civilizacional no que diz respeito à saúde começa a mostrar efeitos, através da morte. No tempo do fascismo em Portugal era comum falecer-se devido às (actualmente consideradas) mais disparatas causas (como, por exemplo, uma “simples” pneumonia). O Sistema Nacional de Saúde encontra-se cada vez mais agredido por estas políticas de direita prosseguidas desde Novembro de 1975, e o resultado é cada vez mais visível. Ou será que o caro leitor pensa que é por mero acaso que re-encontramos mortos devido a gripes e pneumonias actualmente fáceis de curar e tratar, e que a elitização do acesso à Saúde também contribui (mas não só, nem maioritariamente – por mais infeliz que consideremos) para o abandono de idosos nas casas e/ou nos lares? Depois queixem-se que tais notícias (as últimas que referi) são chocantes… mas não digam que nos tempos idos(?) do fascismo português não havia nada disto (ou melhor… o que não havia era a liberdade de informar os portugueses de tais factos – porque os factos já existiam, garanto-vos!), é o desafio que vos faço.
Os valores patrióticos de Abril são cada vez mais violados e agredidos – veja-se agora, mais recentemente, a merecidamente cognominada “Lei dos Despejos” (isto é, as reformas ao Regime do Arrendamento Urbano – quer para fins habitacionais, quer para outros fins), um forte exemplo de que o intuito do Capitalismo é tão-somente exterminar (é a expressão rigorosa e correcta!) quem gera despesa aos interesses da direita e dos grandes monopólios Capitalistas – tradução de tudo isto que referi até agora: reinstituir o extermínio praticado pelas políticas nazi-fascistas mas de forma mais asseada e discreta, ao mesmo tempo que está à vista de todos e ninguém vê (irónico).
Dia 22 de Março, desta vez sem a traidora dos trabalhadores portugueses (claro que me refiro à UGT – União Geral dos Trabalhadores), realiza-se a terceira Greve Geral portuguesa do século XXI. Esta conta com o apoio de todos os trabalhadores que não se identifiquem com estes pactos de agressão, com o Partido Comunista Português, e com a sua promotora, a CGTP-IN (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional).
Se é um dos incorformados com tudo isto e muito mais, para quê matutar mais no assunto e de braços cruzados? Caro leitor: JUNTE-SE À FORÇA DA RAZÃO! Junte-se a quem defende Portugal, junte-se a quem de facto defende os verdadeiros valores de Abril, lute ao lado do proletariado, lute como nós lutamos e a nosso lado: para e pelos trabalhadores e povo português! Dia 22 de Março, não permita que a sua vida, já difícil, se torne mais difícil: faça Greve!
Se nada fizer contra estas políticas, se ficar de braços cruzados, uma coisa é garantida e certa: contribuiu para a sua sentença, para ficar condenado a assistir a um Portugal cada vez mais desigual. Contribuirá, caro leitor, para um Portugal mais assassinado.
22 DE MARÇO: JUNTE-SE À NOSSA LUTA, POR UM PORTUGAL MELHOR!
Fernando Barbosa Ribeiro
"Contribuirá, caro leitor, para um Portugal mais assassinado."
ResponderEliminarO Mário Sores, quando no exílio dourado em Nanterre, escreveu "Le Portugal Bailloné" ( Portugal Amordaçado), mas foi ele que iniciou o desastre em que nos encontramos agora.
Só prova o que o PCP sempre disse: A única forma de se ser CONSEQUENTEMENTE anti-fascista é ser TAMBÉM anti-capitalista!
Belo texto Fernando.