Meus caros leitores, através do desabafo sobre uma situação que está a passar-me pelas mãos virei, a posteriori, apelar ao voto - pois vem total e completamente a propósito. (aproveitar que venho fresco de trabalhar e divertir-me na Festa do "Avante!", o maior movimento cultural do país)
Um médico de um hospital público ou semi-público - ainda hoje não dá para perceber bem, para mais que actualmente temos os "agrupamentos hospitalares" com o nome pomposo de "centro hospitalar"; no passado, pelo menos, era público. Trabalha a contrato há mais de 20 anos no mesmo hospital.
No início do ano, começaram a interrogar pelo seu contrato, alegando que não existia. Desempenhando o meu papel, interroguei o Ministério da Saúde - e vim a descobrir que desde a data do novo contrato a competência é da ACSS (Administração Central dos Serviços de Saúde). Enviou-se carta, assinada pelo próprio, a interrogar por provas em como o contrato existe (ou seja, aprovação do mesmo - senão mesmo cópia do mesmo, quem sabe?). E na qualidade de jurista, mais nada pude fazer senão acompanhar o caso nos caminhos que seguisse.
Entretanto, o Hospital ameaçou (através de ultimato enviado com aviso de recepção) que despediria o médico se não agisse nos termos em que querem. Passo a explicar: em Março de 2013, saiu um despacho (Despacho n.º 3572/2013, in Diário da República, 2.ª Série - N.º 46 - 6 de Março de 2013) que dita que os médicos não podem ser contratados "directamente", mas sim através de empresa - ou então os médicos teriam de constituir empresa unipessoal para serem contratados na qualidade de empresa. Ou seja, o Hospital exige que o médico em causa constitua empresa e/ou se junte a uma empresa.
Mais: devido à quantidade de anos que se encontra contratado, tem mais que direito a encontrar-se nos Quadros de tal Hospital há anos - só que o médico não sabia nem nunca se informou.
O advogado dele enviou cartas a questionar o ultimato e prometendo levar o caso para tribunal. O Hospital respondeu pessoalmente ao médico (com as cartas do advogado e com cópia da carta enviada à ACSS), alegando honestidade e que "nunca [lhes] passou pela cabeça despedi-lo"... que maçada, logo nós os três (o médico, o advogado e eu) que só gostamos de lidar com desonestos!...
Enfim, ainda falta correr muita água debaixo da ponte - estamos neste pé.
Com esta história/desabafo, venho apelar ao voto. E ao voto consciente e patriótico. Pois a eleição dos mesmos três partidos reaccionários (PS, PPD/PSD e CDS-PP) conduziu a esta e outras tantas enormes injustiças.
QUEM SEMPRE LUTA, NEM SEMPRE GANHA. QUEM NUNCA LUTA, PERDE SEMPRE!
É hora de mudar de rumo, de afirmar Portugal enquanto Estado soberano. De dizer basta às políticas que têm sido aplicadas desde Novembro de 1975, todas contra o povo e os trabalhadores portugueses. Votar é o mais solene e imprescindível meio de afirmar a vontade do povo e dos trabalhadores - mais que um direito, é um dever! E tem de ser exercido com consciência patriótica.
Eu sempre votei, voto e sempre votarei. Sem medos nenhuns e exercendo o meu direito à liberdade de expressão, afirmo: sempre votei, voto e votarei na CDU (Coligação Democrática Unitária (PCP-PEV)) - pois é o único partido que nunca traiu a quem lhe confia seja que tarefa for.
Muitos dizem que "nunca foram Governo". Mas, a bom rigor, já foram: tivemos Governos Constituintes do PCP (Partido Comunista Português) que mostraram resultados. E tivemos vários anti-Comunistas que fizeram de tudo para manchar o bom nome deste partido, e que continuam a fazê-lo. O correcto é afirmar-se que "nunca foram Governo eleito" - então, confie-se por uma vez que seja, e analisem-se os resultados! Se todos conseguem confiar nos mesmos de sempre (com esperança - nunca correspondida - de mudanças positivas), porque não, por uma vez que seja, confiar noutros?!
Caro leitor: VOTE! E, por amor ao nosso país, vote com consciência e patriotismo! Basta dos três do costume - há alternativa!
Fernando Barbosa Ribeiro
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